apalavreado

adj.m. 1.aquele que não consegue descrever com palavras, 2. eu, 3. você, 4. os humanos em geral

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Um dia no Centro Cultural

Você sentado com os amigos.
Você jogando baralho, estudando, ouvindo música.
Sozinho.
E a chuva cai.
“Chuva de verão”, você ousa pensar.
E a chuva não pára.
Uma pomba pousa perto de você e, mancando, ela começa a se movimentar. E você lá... Só a observar.
Uma bicicleta de dois lugares passa.
Um cego procura se orientar.
Alguns bêbados passam.
Tudo parece normal para o centro cultural.
Tirando a pomba manca.
E a pessoa no banco traseiro da bicicleta que, você percebe momentos depois, está com os olhos vendados.
Curiosa cena.
O rapaz no banco da frente sorri para você e você retribui o sorriso como em uma rotina qualquer.
E num corredor chuvoso alguém na outra ponta abre um guarda-chuva colorido que torna tudo mais surreal ainda.
E você pensa: ah, como São Paulo é linda!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Completa

- Tô bem, mãe! Sim... To agasalhada.
E desligou o telefone.
Os pés nus no chão da calçada gelada.O vento brincando com seus cabelos, correndo entre as suas pernas, seus braços. Que sensação magnífica aquela... A sensação de estar viva.
Jogou dois dados e qual não foi a sua surpresa com o 7.
Sete é um número cabalístico?
É o número da perfeição.
Sentiu-se apenar completa.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Sobre como passar os dias da sua vida

Ela e sua janela esperando
Esperando o trem? Pedro pedreiro?

Momento nostálgico mode on.
Quintas-feiras. Algumas pessoas sentadas em uma sala de aula. Divagando sobre a loucura de uma personagem. Seriam eles os loucos? Querendo extrair da tela algo mais para a própria vida. Os loucos seriam eles?
Loucos ou não, eles diziam cada palavra como se cada uma fosse, do seu modo, sagrada. Havia aqueles que discordavam. É louca? Não é? Era tudo uma doidisse. Quem escutasse a conversa de fora, levaria todos para um hospício (ou será que eles já não estavam em um?)
Certos momentos existem para quebrarmos certos esteriótipos... Quantas pessoas deixei de conversar nesses anos? Quantas pessoas perdi o contado durante esses anos? Quantas coisas deixei de falar? O Clube de Cinema juntou pessoas tão variadas (apesar da maioria humanóide \o/), com idéias tão boas que a única coisa que me arrependo foi de não ter passado mais tempo com elas.
Foi um prazer passar as quintas desse ano com vocês.
Sentirei falta.
Não se esqueçam... Existe o sesc (quarta e quinta às 19h) e a minha casa, ai é só a gente marcar! ;]
Obrigada por tudo gente!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Sobre escrever

Todo o dia eu chego em casa, abro a página do meu computador, olho meus e-mails, abro alguma música e fico olhando para a branca página do word esperando que algo brote de lá. De lá não, mas de dentro da minha bizarra mente...
Época de improdutividade textual...

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Anedota sobre um café

O café preto e aquela espuminha marrom sobre ele... Poderia passar horas brincando com ele, fazendo desenhos... Mas ele ficaria tão ruim se fizesse isso...
Tomei o café e voltei aos estudos... Mais alguns vieram e outros virão...
Outros cafés e outros estudos.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Perfect

O céu nunca esteve tão bonito...
O dia nunca esteve tão quente...
As árvores nunca estiveram mais verdes...
A vida nunca esteve tão perfeita...
Bem... Talvez fosse mais perfeita se minha cabeça não doesse tanto.
Talvez fosse mais perfeita se não ouvisse tantas cantadas idiotas no caminho.
Talvez fosse mais perfeita se não tivesse ficado ao lado de pessoas gritando o dia toda.
Talvez fosse mais perfeita se tivesse ficado mais tempo com meus livros de história e meus pensamentos.
Talvez fosse mais perfeita se ainda fosse novembro (e certas pessoas ainda tivessem aula)...
Mas o que é a perfeição senão um conjunto de imperfeições?

sábado, 29 de novembro de 2008

Onde está a esperança?

Tinha uma flor no meio do caminho.
No meio do caminho tinha uma flor
Tinha uma flor
No meio do caminho tinha uma flor

Nunca me esquecerei desse acontecimento
Na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
Tinha uma flor
Tinha uma flor no meio do caminho
No meio do caminho tinha uma flor...

Até que alguém a destruiu... E então, pedras nasceram na rua.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Poética

Queria poder fazer um poema
Sobre coisas belas e felizes
Mas apenas consigo pensar em
Tragédias sem fantasia alguma.

Um poema é difícil de se fazer
Às vezes difícil de se entender.
Complicado mesmo é entender
O real motivo de se escrever.

Alguém que não tem o que fazer, escreve
Como o mais belo passatempo. E o poeta,
após reler seu poema acaba pensando:
não é que escrevi sobre coisas belas?

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Massas

Puft: a bolha explodiu.
Muitas pessoas começaram a entrar desordenadamente em sua vida.
O caos entrou fazendo o maior escândalo... E tudo porque uma bolha estourou.
Tentou andar em linha reta, mas não podia. Em todos os cantos (cantos? mas na bolha não havia cantos) tinham pessoas. Mal podia se mover.
Cansada, deixou que a multidão o levasse...
Morreu logo em seguida, porque muito carboidrato faz mal.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Cartas

O vento levou todas as cartas que estavam abertas na mesa.
Elas rodopiaram ao redor dela e voaram para longe.
Talvez assim que deva ser o futuro:sempre distante de tudo o que nossa imaginação pode criar.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Conversas

Conversar é algo que o ser humano não se cansa de fazer... E eu me coloco como uma fanática por conversas... Sério... Afinal, por qual outro motivo esse site se chamaria "Blá. Blá. Blá."?
Desde pequena sempre fui essa pessoa curiosa e sempre gostei de conversar e divagar (desde que me entendo por gente?*piada interna*) e sério, a cada dia eu gosto mais de trocar idéias e tals... Porque assim, é muito batuta conversar com pessoas mais novas mentalmente, digamos assim... Tenho uma amiga que jura ter 16 anos quando eu acho que ela parou nos 10... Mas é interessante ver as diferentes reações e modos de encarar as dificuldades...
[talvez isso seja mal de humanóide (antropólogos malditos!), mas adoro observar isso... chego até a observar como a minha forma de encarar as coisas mudou durantes toda a minha vida...]
Conversar com gente mais velha é genial... Bom, depende também... Conversar com meus pais é super, com meus professores também... Mas sempre tem um idiota que acha que porque é mais velho, sua opinião vale mais...
Só uma divagação...

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

A última romântica

Ah, o céu é azul
Ah, a grama é verde!
Ah, borboletas voam!
Ah, pássaros cantam!
Mas ah, estamos na cidade...
A menina sentada na sargeta segurava uma rosa vermelha cor de sangue. Eu apenas a observava brincar com a flor nos seus dedos. Talvez tenha espetado uma ou duas vezes o fino dedo em algum espinho, mas ela não se importava mais...
A dor que sentia pelo pequenino furo era insignificante perto da dor que sofria dia após dia... Sem querer, deixou uma lágrima escorrer. E outras acompanharam a primeira. Seus olhos porém não ficaram inchados ou avermelhados. Como isso? Era o romantismo que tinha se infiltrado em seu sangue. Ela acordava, como nos filmes, toda arrumada e sempre perfeita. Ou pelo menos isso era o que queria que pensássemos.
Ergueu o rosto e encarou os carros em alta velocidade. Levantou-se e, com raiva, jogou a rosa no chão. Nem preocupou-se em pisar e destruí-la. Simplesmente deixou que ela apodrecesse aos poucos, porque o instantâneo é sempre muito mais assustador.
Levantei e peguei a rosa... Pensei: será que a chamo? E achei melhor deixar a rosa morrer por vontade própria então fui embora deixando a flor decidir o destino daquela última romântica.

domingo, 9 de novembro de 2008

Carta a um poeta

Caríssimo Álvaro,
você é uma pessoa incrível, mas não posso deixar de ficar surpresa ao escutá-lo dizendo que todas as cartas de amor são ridículas. Não, as cartas de amor não são ridículas. Ridículo é acreditar que existe amor. Ridículo é pensar que você viverá melhor com alguém ao seu lado. Você, com todo o meu respeito, é ridículo. Vocês, poetas, são pessoas (se é que podemos chamar seres tão (supostamente) superiores de pessoas) ridículas. Que ainda acreditam no amor. Só falta me dizer que acreditam na paz! Sinto muito, mas até mesmo acreditar no Papai Noel é mais aceitável que acreditar no amor. Se bem que o Papai Noel é uma figura feita de amor... Mas isso não vem ao caso... Metade das coisas que escrevo, não sinto. E a outra metade é falsidade. Nunca escrevi, posso te garantir, carta mais sincera que esta que te encaminho. Por mais que seja uma carta feita por uma pessoa sã, o destino que darei a ela é doentio. Você é doentio. Perdoe-me por dizer isso a você, mas me sinto na obrigação. Você e seu “amor”. “Amor” próprio, aliás. Seus poemas só falam de você e da sua relação com as outras coisas. Não está na hora de mudar? Você fica ridículo chamando tudo de ridículo. É ridículo. Espero que me compreenda.
De uma admiradora (de ridículos).

sábado, 8 de novembro de 2008

Continue a história

by Mari e Paula em 2007
"Era uma vez, uma menina de coração amargurado; seu nome era Marcela e ela vivia com rancor de tudo e de todos. Em um dia de sol, enquanto reclamava do calor, ela encontrou Paula, que, como ela era reclamona. Não tanto, porém, como Mariana, uma garota ranzinza e feliz, que repentinamente chamou as outras duas problemáticas para começar a dançar "lacucaracha". Foi então que perceberam que a problemática era Paula, que com suas artimanhas fazia todos se parecerem com e ela e com isso o mundo ficaria bem melhor. Mariana se apaixonara por Felipe e Marcela por Thiago, ficando Paula com o Lino só pra si. Foi ai que apareceu Boina e juntou-se à dança feliz das garotas. Ele parecia uma menina nos desenhos da Mari, então decidiu vingar-se, espalhando pelo colégio que ele sabia cozinhar e... Ah, é claro! Que a Mari amava o Felipe. Isso era mentira, mas com o boato, ele separaria Felipe de sua amada Taís e todos os dias seriam bonitos, afinal, com a Taís solteira, o Boina poderia jogar sua melhor cantada que era: "seu pai trabalha na feira? porque você é um chuchuzinho ;]"
Taís não demorou a dar um fora nele e voltar com o Felipe e a Mari ficou feliz por eles e também por Paula que aproveitou a confusão para cantar Lino, mas então ela deu um fora nele e fez cookies para os amigos. Mari, que fingia acreditar no fim do caso de Lino e Paula, mantinha o segredo como uma boa amiga. Mari acordou em um dia frio e disse no meio da aula do Felipe que o amava. No tom mais irônico que pôde e todos deram risada. Menos Paula, que sabia que o tom irônico era ironia e Mari assumiu isso a ela em confissão. Mas a ironia do seu tom irônico era irônica! Paula estava confusa e disse à Marcela que a Mari não sabia fazer ironia (sem sarcasmo nenhum). Marcela não entendeu e ignorou, começando a dançar mais lacucaracha. Neste instante, Paula percebeu que ela era quase tão retardada quanto Mari, mas que ambas não chegavam ao seu nível! No instante em que ela pensou isso, Mari, dançando lacucaracha aparece cantando mana mana txu txuru
.................. ¬¬(boina)
Como sempre, nada passava na cabeça de Boina... A não ser comida, Taís e desenhos... Paula, revoltada, matou reticências em série e acidentalmente (ou não!), matou também Celso, que era tão chato quanto elas. Depois, Mari, que ainda dançava foi levada a um inquérito policial junto com Marcela, que foi rapidamente dispensada por estar incomodando os detetives dizendo que sua mãe aparecera na televisão e que contaria tudo a ela. A conclusão do inquérito, foi que ambas não tinhham capacidade mental para serem cúmplices. Mas que uma delas (Mari) deveria se formar em geografia e ser companheira de Celso... Até que os imbecis se lembraram que ele tinha morrido.
Enfim... com a qualidade da polícia brasileira, Boina que comia bolacha na padaria, foi incrimidado e preso. Policial: "Ponha o biscoito no chão e mantenha as mãos aonde eu possa ver!". Boina: "É BOLACHA! Biscoito não! Biscoito lembra bolacha de aveia!". Taís, ao saber disso,passou a chamá-lo de psicopata, por ter assassinado Celso e de traidor, por ter assassinado o português("biscoito lembra bolacha") da padaria, que morreu de susto quando ele tirou a boina e revelou sua brilhante careca.
Por falar em careca, nesse meio tempo, Paula havia fugido para Cuba, onde, através de um anúncio numa página de encontros, ela contatou um belo homem sem cabelo, casando-se com ele e vivendo ranzinza para sempre!
Bééé. O sinal toca e Paula acorda.
Fim.

*anúcio: 'Paula,16 anos. Estudante, solteira. Olhos e cabelo claros. Procura alguém mais velho. Gosta de homens carecas, de nariz protuberante, que possam acompanhar seu humor ranzinza e tenham um bom "BLÁ, BLÁ, BLÁ".Em caso de interesse, favor entrar em contato pelo orkut.'*

Momento nostalgia mode on... É... Esse foi meu segundo ano... s2

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Tecla sap

Aperte o pause, por favor?
Apenas páre essa vida.
Ou acelere, sei lá.
Só não dá pra ficar assim.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Sapato

- Érica... Essa aula ta inútil, eu terminei português e não to na vibe de fazer história... Fala uma palavra?
- Pudim
- Mas essa foi ontem
- Maçã
- Você só pensa em comida?
- Ta bom... Sapato
- ...
- Roupa... Futilidade mode on!
- Serve sapato vai...

Nhec
Nhec
Nhec
Nhec
Parou de andar.
O "nhec" parou também.
Devagar deu mais um passo. Apenas mais um pequenino e longo nheeec.
Nhec
Nhec
Nhec
Passos...
Eu os passo. Quero ficar parada só uma vez na minha vida! Cansei de passos sem destino... Quero pelo menos voar como as aves... Ter uma boa visão do que acontece no mundo...
Chega desse sapato velho.
O atirou no lixo e houve um suspiro de morte: nhec

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Doçura

O pudim estava pronto.
Foi servido logo depois do jantar.
Todos olharam para a desforme sobremesa e recusaram educadamente.
Com dificuldade o doce se mantinha em pé. Qualquer esbarrão na mesa o derrubaria.
A criança que corria lá perto bateu na mesa e o derrubou. A sujeira feita foi enorme.
Tão grande que ninguém conseguiu tirar a mancha. Nem da toalha e nem da mesa.
A marca foi profunda e não há o que possamos fazer.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Surto.

S
u
r
t
o
!
AHH! Onomatopéia.
Apenas uma figura de linguagem.
Apenas palavras porcamente escritas.
Modernas?
Simbólicas, talvez...
Que perda de tempo...
Cadê ele?
Ih, perdi... Mas o que ele é mesmo?
Nós, homens, inventamos o tempo e ficamos tão irritados quando esse nos falta... Isso é justo? Não deveríamos controlar o que criamos?
Esse texto está virando o frankenstein.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Esperança

Já pararam para pensar? Pois pare.
Porque precisamos tanto de filmes e de músicas?
Para que precisamos sempre acreditar em algo mais para sermos felizes? Precisamos acreditar que a vida pode ter um final feliz... E porquê?
Espere. Agora simplesmente jogo a lança... O que ela alcançar ou não já é outra história

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Dia-a-dia

Suspirou. Levantou. Respirou fundo.Ao menos dessa vez ela se lembrou de respirar.
Lavou o rosto e chorou. Nada do que fazia tinha muito sentido... Nada mais tinha sentido... Seu ego era grande demais para admitir que não estava bem... Respirou. Agora ela precisava se lembrar constantemente de respirar... Continuou lavando o rosto para que as lágrimas se confundissem com a água gelada que saia da torneira. Em frente ao espelho, ensaiou um sorriso e saiu.
Na rua, as pessoas a olhavam como se estivesse algo errado... Como elas sabiam? Será que elas sabiam?
Disfarçou: olhava para todos os lados, como sempre... Afobada, como se procurasse algo. Só encontrou o céu coberto de nuvens e um sol saindo detrás delas. Sentiu-se como se estivesse viva e caiu quando com a morte finalmente se conformou.
Dizem que foi uma bala dum revólver qualquer.

domingo, 26 de outubro de 2008

Over the rainbow

Sete cores. Sete pessoas. Eram exatamente sete pessoas que estavam naquela foto.
Uma oitava fotografou. Essa foi a primeira que desapareceu do grupo.
A segunda foi a do canto...
A terceira foi pra Suíça. A quarta e a quinta nunca se gostaram. E assim o grupo foi se desintegrando... Mas olhar para o rosto de cada uma dessas pessoas muda meu humor... Olhar pra oitava e pra segunda me deixa irritada... Quando olho pras outras abro meu maior sorriso e penso que tudo valeu a pena.
As coisas mudam.
E essa muda chama-se amizade e irá crescer até não caber mais em você

sábado, 25 de outubro de 2008

De como diferenciar o fim de um começo

Vocês já pararam para pensar que em redações e bla bla bla a introdução sempre se confunde com a conclusão? Principalmente se ela for ciclica... Parece que a gente anda anda e não sai do lugar... (quatro anos é tempo demais?)
Estou mais ou menos assim... Será que esse ponto final da minha vida é um ponto final? Ou apenas reticências?
Ao mesmo tempo tenho a sensação de que estou perdendo coisas muito valiosas e a sensação de que a minha vida começa agora. Que agora ficarei mais livre para cuidar de mim mesma. Mas mebate um pavor... Um medinho bobo de criança que não quer crescer...Que não quer perder o que tem agora...
E o que eu vou viver nessespróximos dias?
Será o fim?
Ou será o começo?
Eu só quero que seja uma continuação...

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Não vou me adaptar

"Eu não caibo mais nas roupas que eu cabia
Eu não encho mais a casa de alegria
Os anos se passaram enquanto eu dormia
E quem eu queria bem me esquecia...
Será que eu falei o que ninguém ouvia?
Será que eu escutei o que ninguém dizia?
Eu não vou me adaptar, me adaptar...
Eu não tenho mais a cara que eu tinha
No espelho essa cara já não é minha
Mas é que quando eu me toquei achei tão estranho
A minha barba estava desse tamanho...
Será que eu falei o que ninguém ouvia?
Será que eu escutei o que ninguém dizia?
Eu não vou me adaptar, me adaptar..."

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Poema de criança

Ping
Ping
Ping
Pequenas gotas de chuvas
Ping
Ping
Ping
E elas caem no chão com tanta delicadeza
Ping
Ping
Ping
E elas molham meu cabelo
Ping
Ping
Ping
Mas elas quase não me molham
Ping
Ping
Ping
Mas elas fazem tanta diferença na minha vida
Ping
Ping
Ping
Que depois que a chuva pára
Eu fico querendo mais
Mais um ping
E ele não vem...
Porque eu não controlo a chuva
Mas parece tanto que ela me controla
Ping
Talvez seja a minha mente que esteja chovendo.
Trovão
E começa o temporal.
De idéias.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Chiquitita

"Chiquitita, tell me what's wrong
You're enchained by your own sorrow
In your eyes there is no hope for tomorrow
How I hate to see you like this
There is no way you can deny it
I can see that you're also sad so quiet "

Pequenina, pequenina... E o tom do meu pensamento vai abaixando... Pequenina, pequenina... Mantenha a calma. Um dia tudo isso vai passar e sua dor de cabeça será apenas mais uma página virada. Mas esse capítulo está tão bonito... Bonito não, emocionate talvez seja a palavra. Nenhum pouco entediante... O que aconteceria se eu virasse a página agora? Você ainda falaria comigo, ainda olharia para mim do mesmo modo que hoje olha?
Posso sentir uma certa indecisão quando você me olha... Será que valeu mesmo ter me conhecido? Será que valeu ter te conhecido? E será que todos os momentos que passamos realmente valeram a pena?
Não posso mais afirmar tão categoricamente o que o ilustríssimo senhor Fernando Pessoa disse em uma mensagem qualquer... Nem tudo vale a pena... E começo a questionar se tudo isso vale...
Será que vale? Frio na barriga... Não quero que tudo acabe ao mesmo tempo anseio cada segundo para o fim do que parece ser uma tortura... Essa eterna indecisão. Mais ou mesmo do mesmo modo que você me olha...

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Futuro

Hoje eu acordei e fui até a sacada como de costume... Senti a brisa matinal e olhei para o sol que nascia... Não sei definir como me senti no momento... Talvez incerta seja a palavra...
Acho que é literalmente isso...
De qualquer forma, quando olhei o sol expulsando o céu que inexplicavelmente estava cinza eu compreendi o que algumas pessoas representam na minha vida...
Você é o sol que expulsa a melancolia de mim...
E eu (tento) ser seu céu e proteger você de toda a chuva que cai.
E é com metáforas bobas e sem sentido que faço a minha vida.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Saudade

Faz tempo que não faço um poema decente... Aliás, faz tempo que não faço poemas... Interessante não?
Sabe... Saudade é um tema batido, mas muito interessante...
Principalmente nesso momento...
Ok, depois de um "essa é a sua vida" básico, vamos ao texto:

Saudade...
Dizem que é a idade
Saudade

Já acordou em um dia
Olhou pro relógio e tentou fazer o tempo voltar?
Dizem que isso é saudade.

As bolinhas no chão
Que machucam a mão
Marcarammeu coração.

Saudade...
Existe saudade por antecipação
Já ouvi dizer que sim e que não.

Dizem que a dor
Que hoje sinto
Vai acabar formando bolor

Saudade...
Já me disseram:
é a idade!

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Literal

Que maçada!
Uma flor nasceu na rua
E o príncipe desabrochou.
E sabe o que aprendemos com tudo isso?
Não sei.
Só sei que foi assim.

domingo, 12 de outubro de 2008

Brincadeira

Maninha
Mainha
Manilha
Malhinha
Rainha
Palhinha
Marília
de Dirceu
Estraga a alegria
Farinha
Balhinha
Sabia
Menininha
Galinha
... Tadinha!
Adia
Judia
Faria
Fazia
Azia
Caxias
duque
Vazias
Tardias
Ardia
Perdia
.....
Perdi.


by Bianca e Paula

Música

Estava deitado naquela cama fria, olhando para o teto e escutando uma música qualquer em uma estação qualquer. Definia sua vida como uma música desconhecida tocada em uma rádio igualmente desconhecida.
A enfermeira entrou, fez uma série de exames e logo saiu. Ele se perguntou se ela ao menos sabia seu nome depois de tanto tempo. Apostou consigo mesmo que não
Ele costumava viver como uma pessoa ansiosa por mudar a estação de rádio que tocava. Nunca estava satisfeito com sua vida, queria sempre pular aquela estação.
Foi em um dia chuvoso que descobriu que estava doente. Os médicos não sabiam o que era e por isso, ele deveria ficar no hospital.
Não tinha mais família e os poucos amigos que fazia eram perdidos nas bruscas mudanças de sua vida. Foi a partir dessa doença que o rádio entrou em sua vida. Não gostava de ler e o hospital não tinha recursos suficientes para comprar uma televisão. O aparelhinho estava sempre ligado. Inclusive nas raras vezes em que conseguia dormir.
Suas costas doíam quando o jornal começou. O noticiário tornara-se o único contato com o mundo exterior ao hospital. Assassinatos e assaltos e trânsito. Sempre as mesmas notícias antigas. Faltava-lhe coragem para desligar o rádio e por isso, mudou a estação.
Dias passavam e ele continuava a mudar de estação. A enfermeira chamou-o pelo nome para que pudesse trocar a roupa de cama e ele se assustou. A moça então começou a conversar com ele enquanto o ajudava a levantar. Perguntou se gostava da rádio que então tocava e ele não soube responder. Talvez tivesse esquecido como se fala.
A enfermeira contou-lhe, com lágrimas nos olhos, que quando era criança sua mãe só ouvia aquela rádio e, ao ouvir isso, ele caminhou até a rádio para mudar de estação. Ela o impediu dizendo que era a sua favorita e que a ajudava a superar muitas coisas, pois sentia sua mãe por perto. Ele a encarou por alguns minutos sem entender.
Ela sorriu quando terminou de arrumar a cama e o deixou com seus pensamentos. Como podia sofrer e mesmo assim, ficar feliz com isso? No dia seguinte perguntou isso a ela e obteve uma resposta que nunca esperaria ouvir. Escutou ela dizer que o sofrimento é necessário para uma vida plena e feliz e que a superação do mesmo só traz mais felicidade.
Ele entendeu que deveria ter vivido sua vida como ele mesmo e não através de tantas máscaras e sorriu para ela. A enfermeira, feliz, foi encontrar o médico e deu a notícia: o paciente estava curado, aprendeu a ser feliz com ele mesmo.

sábado, 11 de outubro de 2008

Ironia

Porque o meu terceiro é do tamanho de 10 salas
Mas o meu terceiro não enche uma delas
Porque o meu terceiro é formado apenas por vocês
Mas ele não é o meu terceiro
Porque meu é possessivo
E o terceiro é simbolo de união

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Diz respeito

E com um palavrão foi embora.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Good Morning!

O tempo estava nublado e chuvoso... Triste, talvez... Mas exatamente do modo que gostava.
Sentiu vontade de cantar e dançar na chuva, por mais clichê que pudesse parecer àqueles transeuntes que teimam em qualificar tudo o que vêem...
Àqueles transeuntes que pensam que a vida é uma mera repetição de cultura. O que sua cultura permite que você saiba, você faz ligações e o que acha que não tem ligação com nada, tem, você apenas não sabe.
Essas costumam ser as mesmas pessoas que acham que sua vida daria um bom filme, um bom seriado ou que ela deveria ter trilha sonora. Nada que um mp3 atualmente não resolva...
Namorados podem ter duas "músicas deles", já que no momento que as bocas dos amantes se uniram cada um ouvia uma músicadiferente em seu Ipod.
E quando ela percebeu que as pessoas a olhavam parou de dançar na chuva e, vermelha, imitou as pessoas que encontrava no meio do caminho. E assim, fez com que todos dessem risada.
Sendo uma pessoa mais completa por isso.

sábado, 4 de outubro de 2008

Pouco barulho por muito...

Sério... As pessoas simplesmente me cansam... É muita falsidade e pra que?
"Para uma convivência melhor", diz meu coração... Ah, é! Como se órgãos falassem... Eles no máximo tocam músicas quando alguém os guia... Um pouco de algo que é indefinível: romantismo ou realismo? Fica à gosto do freguês.
É... Eu acho que prefiro viver rodeadas de pessoas que me odeiam do que de pessoas que fingem me adorar... Ou então, aquelas que quando eu viro as costas sacam a faca... Só que elas esquecem que eu praticamente tenho olhos na nuca... Não sei o porquê, mas sou capaz de perceber muita coisa... Acho que por isso as pessoas raramente conseguem me assustar... (sim, assistir filme de terror comigo é muito não cômico)
Sabe o que mais me irrita? Eu não faço nada! Eu deixo as coisas rolarem... Se alguém é falso comigo eu simplesmente deixo a pessoa ser... E sabe o que ainda é pior que isso? Eu me importo com o bem-estar dessa pessoa... Eu juro que quando entrei no colegial pensei que isso fosse acabar, porque meu ginásio foi todo assim... De correr e quebrar a cara pelas pessoas... E acabou? Claro que não...
E pior... Estou começando a odiar a minha máscara... Não que algum dia tivesse gostado muito dela... Mas nunca cheguei ao ponto em que estou... Estou perdida dentro da minha própria personagem... Quem sou eu? Essa pergunta nunca foi tão difícil de responder... Acho que não deveria ter criado essa personagem... Mas ser eu mesma é tão complicado... Temo quebrar a cara mais uma vez para a coleção... A diferença é que se eu for eu mesma eu quebro a minha cara e não mais uma máscara...
Eu quero surtar e falar algumas verdades para algumas pessoas... Pergunta se eu consigo... É claro que não... Não sei as verdades...
De alguém que não sabe quem é.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Get OUT

[R]ubro...
Tudo menos ubre...

Peguem a bagagem que guardei naquela garagem que chamou de meu coração.
Tenham coragem, não fiquem corados, apenas ajam!
Outubro infértil... Cadê a primavera?
Já era.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Isolamento

Iso: igual
Lamento: clamor, queixa, pranto, choro

Ela estava sentada em seu canto e mantinha a cabeça abaixada. A tristeza que sentia poderia ser definida por qualquer um que conseguisse olhar em seus olhos.
D'outro lado do mundo (ou da sala que era então seu mundo), ele compartilhava de igual melancolia.
A barreira entre os dois foi chamada de isolamento.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Mascarada

E trocou de feição como se trocasse mais um brinco... E sorriu um sorriso diferente para cada pessoa da roda
E saiu ligeira como se tivesse pressa.
Como se tivesse alguma coisa para fazer.
E entre os outros mascarados, sentiu-se boba já que era a única que carregava outras dez máscaras.
E a insegurança falava mais alto.
E mais máscaras eram juntadas à sua coleção.
E nunca mais foi capaz de se conhecer por completo.

domingo, 28 de setembro de 2008

21/09/2008

E a primavera chegou...
E trouxe consigo todos os seus primos: a rosa, o lírio, o girassol e todas aquelas flores que as pessoas gostam...
O triste parece ser que cada vez que a primavera chega ela me traz só tristezas... Poucos momentos felizes do meu ano ocorrem na primavera... (talvez seja mais um motivo para eu odiar o calor)
A brisa primaveril leva com ela toda a alegria que o inverno costuma me trazer... E é uma brisa quente, pouco agradável... Vejo flores por todos os lados... O parque do Ibirapuera está lindo... Mas mesmo assim... Nada me atrai nessa época do ano... Nem sequer a flor que furou o asfalto...
Bem vinda, primavera.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Timer

E o tempo passou voando...
E junto aos pássaros pregados no azul do céu começou a cantar: tictactac.
E ela não viu ou ouviu nada disso...
E sorria achando que tudo duraria para sempre.
E ao som de "Por enquanto" entrou no colégio.
E ao ver seus amigos estudando desesperados sentiu vontade de abraçá-los.
E controlou sua vontade pensando que poderia fazer isso amanhã.
E o tempo passou cantando: tictactac e tictactac e tictactac.
E como se estivesse surda, ignorou o irritante canto do relógio.
E o tempo passou voando sem que ela fizesse qualquer coisa.
E ela ignorou o bater de asas do relógio.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Por diversão

E ela estendeu a mão e arrancou aquela folha da árvore... Aquela folha que já apodrecia, esperando a morte chegar... Nenhum crime... Adiou o sofrimento da árvore e da folha... Achava ela...
Até que aquela folha machucada começou a fazer falta para a árvore e então, quando a primavera chegou ao invés de uma linda flor nascer (na rua) a árvore morreu.
E viva ao realismo.
E viva ao naturalismo.
E viva à falta do que fazer no caminho de volta para casa.
E morte ao romantismo.
E morte à botânica.
E morte às imbecilidades do mundo.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Revolta

Escândalo!
Soco
Tapa
Arranhão
Puxão de orelha
De cabelo
Tapa
Soco
Arranhão de novo
Pandero que nada
Vou é bater em você
Já não aguento mais e que você vá pro inferno
Vou batendo em você porque no pandeiro eu não sei
Chute
Soco
Tapa
Não olhe mais na minha cara

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Gosto de palavrear

"Minha pátria é a língua portuguesa..."
Mas não sei mais escrever.... Estranhamente as palavras me faltam... Como se diz mesmo? Perdi o bagaço da fruta que é o escrever... O suco não sai...
"E a palavra vem
Pequena
Querendo se esconder no silêncio
Querendo se fazer de oração
Baixinha como a altura da intenção na insegurança
Vírgula, parênteses, exclamação
Ponto, pula linha, travessão"
Mas é tão simples... escrever... Um bando de palavras jogadas em uma tela em branco (tecnologia não é mesmo?)...
Porque eu quero complicar tudo? Escrever é tão fácil! Falando assim até parece que algum dia acreditei nisso...
E mais um texto inútil jogado em um desses cantos perdidos que é a internet... Se fossem outros tempos seria apenas mais uma folha de papel amassada no canto de um quarto mal iluminado...

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Apesar

Era tarde e as luzes da rua me iluminavam... E, para variar, todos estavam à minha frente... Até a minha sombra...
Cabisbaixo andei pela rua com a certeza de que era a pior pessoa do mundo... Vencido até mesmo pela minha sombra...
A lua estava apagada pelas nuvens e as estrelas, símbolos de esperança, não eram vistas aquela noite. Na verdade, para mim nunca apareceram.
E apesar de tudo, da melancolia que sentia, do desespero - apesar de tudo- fui capaz de sorrir...
Afinal, apesar de tudo, ainda havia o que comemorar: minha sombra.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Cartomante

Ivan Lins/ Victor Martins
"Nos dias de hoje é bom que se proteja
Ofereça a face pra quem quer que seja
Nos dias de hoje esteja tranqüilo
Haja o que houver pense nos seus filhos

Não ande nos bares, esqueça os amigos
Não pare nas praças, não corra perigo
Não fale do medo que temos da vida
Não ponha o dedo na nossa ferida

Nos dias de hoje não lhes dê motivo
Porque na verdade eu te quero vivo
Tenha paciência, Deus está contigo
Deus está conosco até o pescoço

Já está escrito, já está previsto
Por todas as videntes, pelas cartomantes
Tá tudo nas cartas, em todas as estrelas
No jogo dos búzios e nas profecias

Cai o rei de Espadas
Cai o rei de Ouros
Cai o rei de Paus
Cai não fica nada"

Cai a dama de paus...

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Calor

O calor infernal começara... Nada mais de inverno... Teria que esperar mais um ano para sentir aquele vento gélido roçar na sua orelha... Maldito verão! Raios de sol batendo na sua cabeça! Maldito verão! Transformando sua alegria infantil em dor de cabeça, enxaquecas...
Maldito verão!
Ela queria poder viver em um inverno constante! Frio como ela... Talvez por isso gostasse tanto do inverno... O calor... Lembrava a ela tantos casos de amor mal resolvidos... Que começou a odiar cada raio de sol, cada brecha de luz...
Ah o inverno! Bendito inverno que traz calma ao seu coração!

domingo, 14 de setembro de 2008

Briga de casal

Duas pessoas.
Uma sentada do lado da outra. E um enorme silêncio entre elas.
Uma cena comum para qualquer um que os observassem... Pareciam dois estranhos...
- Acabou! Não tenho mais nenhuma carta para jogar... - disse a moça. Sua voz outrora dócil soava ríspida aos ouvidos do rapaz
- Não fale assim comigo!
- E como você quer que eu fale? Desculpa, mas o jogo acabou! Você venceu... O vencedor leva tudo, lembra? Não foi assim que começamos? Com um jogo? Assim vamos terminar! Parabéns pela sua vitória!
- Então pra você foi apenas um jogo?
- Claro que não! Mas foi como começou, certo?
- E você não me ama mais?
- O que faz você pensar que algum dia amei?
- Suas palavras, talvez?
- Minhas palavras? Nunca disse que te amava...
- Mas amava?
- ............ Não!
- Bom, eu te amava... E ainda te amo! Não quero perder você...
- Eu fui importante na sua vida?
- Claro que é!
- O que fiz por ela? O quanto sua vida melhorou depois que me conheceu?
- Foram tantas coisas que não sei dizer
- Diga e aumente a aposta do jogo...
- Pare de achar que é tudo um jogo!
- E então?
- Você me ajudou a ver o mundo
- Você era cego?
- Lá vem você com essa mania de levar tudo literalmente!
- O vencedor leva tudo, certo?
- Exato...
- Se eu vencer a gente termina, se você vencer voltamos
- Como vamos voltar se não chegamos a terminar?
- Ahn...
- Aumento a aposta.
- Cubro! E então... O que fiz para você?
- Você quer dizer além da toalha de mesa?
- Aquilo foi para sua mãe! Aumento a aposta!
- Cubro. Ainda bem que lembrou da minha mãe... Agora ela olha na minha cara
- Deve ser porque faz a barba
- Ou porque você me ensinou a chorar
- Só se forem lágrimas de crocodilo
- Ah, então era isso que chorava! Agora tudo faz sentido!
- Se você soubesse as noites que passei a chorar por você...
- Se você apenas me dissesse
- Ai tudo perderia a graça, certo?
- E qual a graça de fazer outra pessoa sofrer?
- Eu pensei que você soubesse
- Ótimo! Nenhum outro ás na manga! O vencedor leva tudo! Chegou minha estação.
- Você vai morrer antes da primavera começar?
- Você não entendeu, não é mesmo? Conseguiu o que queria! Você leva tudo! E o perdedor...
E tinha uma pedra no meio do caminho
.... tem que cair

sábado, 13 de setembro de 2008

Um momento para ficar na história

A ficha da FUVEST, da tão temida FUVEST agora jogada num canto como se estivesse longe das minhas preocupações. Será que agora poderei voltar a escrever normalmente? Sem ficar pensando em todas essas coisas? Profissões? AHH! EU VOU FAZER LETRAS! É só o que consigo pensar no momento! SIM, EU VOU PRESTAR LETRAS!
Onde está a agonia?
Felicidade e alegria que há muito não sentia!
AHHHHHHHHHHHHHHHH
EU VOU PRESTAR LETRAS!

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Juro

Eu prometo que jogarei (no lixo reciclável) todos os ENEM's e simulados bizarros.
Eu prometo que lerei tudo o que o colégio proibiu. O colégio não, o tempo.
Eu prometo que sairei desse colégio do mesmo modo que entrei: por vontade própria.
E o mais importante:
EU PROMETO
que por mais distantes que nós possamos ficar
que por mais longe que estivermos (seja os muitos km de campinas, seja os poucos da França)
juro... EU juro em meu próprio nome
que meu pensamento vai estar em vocês...
E nesses momentos que passamos...
E nas risadas que demos
E nos dias de ajuda mútuos
E eu vou lembrar de vocês
E o dia que acaso não lembrar vou achar estranho.
E vou achar que mudei
Mas eu prometo mudar! Porque se não mudar serei só mais uma chata no mundo para sempre
Prometo mudar, e quero que vocês também prometam mudar!
Mas eu prometo também que quando voltarmos a nos encontrar cada um olhe nos olhos do outro e diga que valeu a pena mudar! E que nossa amizade cresça cada vez mais por essas pequenas mudanças e amadurecimentos... Porque caso não cresça, ela foi algum dia amizade?
Eu prometo sair desse colégio e sentir saudades
Mas eu prometo não mais lamentar ter acabado
E agradecer o que há de começar.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Queridos Mestres

Oi gente, bom dia (Glória)
Vou contar uma história... E ela é REAL!(Álvaro)
Pirem comigo?(Luigi)
Um aviso aos navegantes (Lisângela): isso é só um desabafo(Jordy)
Foram blábláblás (Lino) muito loucos (Tomislav)
Mas só duraram até janeiro (Bob)
Não escolhemos o ano, simplesmente aconteceu.
Quando virou para frente e olhou para mim, com lágrimas nos olhos, dizendo que acabou.
Lembrei da última vez que me chamariam de filhão(Célio).
Onde está aquela alegria (Maurício) de todo o dia de manhã
Ouvir aquela mesma piada de futebol para nos acordar?(Paulo)
Meu carinho é imenso,
Mas a vida é intensa para apenas lhe dizer:
Ehh... Belezinha (Ed)?
De qualquer forma, povo do Colégio Etapa, povo da elite (Fernandes)
Olhem pra cá e prestem atenção (Evelina)
Foi melzinho na chupeta (Roseli) passar três anos com vocês.
E meninos e meninas (Antônio G) eu não vou falar (Renzo) que
A dor que conseguimos superar foi enorme,
Porque o amor (Ênio) da pessoinha(Chico), do Chiquinho e da Chiquinha(Celso)
Foi bem maior do que pudemos imaginar!
Vocês ai que estão animados (Alexandre L)
Vamos governar o glorioso?(Omar)
Se não ficarmos ociosos... (Eloy)
Ai eu pensei: interessante! Ele usou uma oração condicional!(Antônio R)
Ah, brasileirinhos!(Thomas)
Se continuarmos assim seremos empalados! (Leandro)
Deixemos de preguiça e vamos ler o ‘folhateen’ (Lucimar)
Fui um aluno totalmente excelente (Ivan)
Mereço sua consideração?
Mesmo depois de tanta falta de atenção?
Continuemos humildes para não sermos humilhados!(Carvalho)
Fiquem atentos!
Cheguem mais (Wiliam), vou fazer minha confissão:
Posso ter esquecido de alguns ganchos e de umas citações (Simone)
Posso nem estar em equilíbrio estático (Thiago)
Mas de uma coisa eu tenho certeza:
Sempre coloquei as pedras maiores em primeiro lugar. (Felipe)
Se algum dia não as coloquei, peço perdão, mas também assim não da, terceiro ano!(Daniel)
Faço prova todo o dia, simulado toda a semana, aulas à tarde...
Não posso sumir assim... (Gildo)
Por mais que eu queira visitar a Rússia e ser uma criança normal lá... (Emiliano)
Certo ou não?(Carvalho)
E se levamos desses anos algum ensinamento, um deles com certeza é:
Nunca irritar um químico(Ana Paula)
Fácil? Bem, agora vem a parte difícil(Sérgio)
Se vocês tiverem mais paciência eu lhes direi
Que a música sertaneja nunca foi do meu gosto, mas seria capaz de ouvi-la pra passar mais três anos com vocês... (Roberto A)
Estou indo rápido demais?(Vagner)
Sou capaz de bater o apagador na lousa(Ricardo A) para parar o tempo
E se alguém tirá-lo de mim e tentar colocá-lo no ponto mais alto do mundo...
Meu pulo será enorme(Jairo)
Prometo um dia ainda provar fruta pão(Ricardo A)
E quando o fizer, me lembrarei de vocês. De todos vocês.
Prometo nunca fechar uma garrafa com gelo seco ou cheirar monóxido de carbono(Jairo)
Eu não sou impressora, mas tenho a impressão [Sacô? Sacô? (Coxinha)]
De que me lembrarei disto para sempre.
Os super-heróis daqui me salvaram do perigo(Pablo)
I like you very much, but assim não dá!(Andréia)
Mariquinhas(Osvaldo), vocês estão sempre à minha frente.
Mas eu sei que o Brasil vai vencer a copa!(André D)
Apesar de não, no caso (Sérgio), saber nenhuma gíria (Rodrigo)
Muito menos programar um micro ondas para despertar (Sheila)
Hoje eu sei, virginais(Bob), o que é programação JAVA(Daniel-informática)
Ô, pessoal, pessoal(Gildo)
Posso falar?(Taís)
[Ah, mas eu não falo assim!(Rubens)]
Foram anos muito bons, mas acabaram...
Não tem problema.
Por que vamos nos reencontrar
- Digam amém (Marcos)
Enfim, um salve a todos vocês (Filipe G)
Por hoje é só! Beijinho, beijinho
Tchau, tchau (Fernandes)

sábado, 6 de setembro de 2008

Pró-fissões!

Tem o pró-álcool, não tem?
E eu sou a favor das profissões!
Que a radioatividade destrua meu corpo, mas o que importa é a minha mente intacta e amadurecida.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Alice

Em meio ao escuro azul celestial
A lua brilhou como um sorriso
Juntei-me a ela ao lembrar do gato que ri

Ah, que grande mentira!
Lembrei de você
E não quis dizer!

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Já nela

Através da janela molhada eu vi o mundo.
Parecia muito úmido... Como ele seria durante a seca? Um calor inundou a sala e o vidro refletiu os raios solares, formando pequenos arco-íris nas gotas...
O ódio reinou no mundo além daquela janela. E eu continuei imparcial, observando tudo e sabendo que ninguém podia ver nada. Nada além dos meus olhos úmidos.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Estou com muita pressa para pôr um título

Pressa
Peça!
Peça a peça depressa!
Por essa você não esperava, não é?
Perca a cabeça
Perca a pressa
Pregue preça
Peça de arte
Peça comida
Peça pão depressa!
Coma com pressa
Viva com pressa
Viva!
DEPRESSA!

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Memória da Cidade

Pela rua, noite adentro, as estrelas nos observam e
O vento nos leva ao passado
E é pelos seus passos que me guio
Na direção das luzes do nosso caminho

Será capaz de me salvar
Da solidão
Será capaz de me salvar

Toda vez que eu tento te amar
Toda vez que eu tento te amar
Você seria capaz pelo menos de me encontrar?
Toda vez que eu tento te amar
Toda vez que eu tento te amar
Pra que talvez a gente possa recomeçar

Sozinho em um túnel, almejando o seu olhar...
Seria capaz de me encontrar além dos séculos, além do mar?
Não me importo em vê-la assim, tão deserta.
Desde que pela sua sombra eu seja guiado
Desde que sua sombra me guie, desde que seus olhos brinquem.

Será capaz de me salvar
Da solidão
Será capaz de me salvar

Toda vez que eu tento te amar
Toda vez que eu tento te amar
Você seria capaz pelo menos de me encontrar?
Toda vez que eu tento te amar
Toda vez que eu tento te amar
Pra que talvez a gente possa recomeçar


Música by Otávio e Paula

domingo, 31 de agosto de 2008

Significado

"a", prefixo de negação
"gosto", sabor, deleite, gozo, prazer, satisfação
O resto subentende-se

sábado, 30 de agosto de 2008

Desabafo

Como a chuva, minhas lágrimas caem... Comparação boba e clichê para uma tristeza que pensei que nunca fosse sentir.
Finda agosto e com ele toda e qualquer esperança... Longo mês... Cachorro doido, com certeza... Mas ele acaba... Em algum momento haveria de acabar (e nada mais propício para esse encerramento que a prova do ENEM).
A cabeça de todos parece ter enlouquecido... Se não pelas profissões, por outro motivo qualquer... Queria voltar para o primeiro ano, mas ao mesmo tempo nunca agradeci tanto por um ano novo... Esse ano tão diferente e tão cheio de emoções... As novas e as mesmas e antigas agonias...E as alegrias, que por serem um pouco mais raras, são eternizadas na memória!
A vontade repentina de chorar, mesmo sem ter motivo algum e abraçar um amigo pelo simples fato de se sentir bem com isso. Quando eu me lembrar disso é que vou lembrar desse ano. Quando eu me lembrar das mensagens que recebi à meia-noite de amigos que estavam preocupados ou de amigos que não conseguiam dormir. Quando eu lembrar de toda a ajuda que vocês me deram eu me lembrarei desse ano.
E não que o primeiro e o segundo ano tenham sido melhores ou piores que este... Foram apenas diferentes. Estou mais madura e ao mesmo tempo me sinto tão Peter Pan. Nem um pouco a fim de crescer! E a minha Terra do Nunca, estranhamente, é o Etapa.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Terceira Série

Sete horas. Horário de ir para o colégio.
Sua cabeça ainda latejando pensava: último ano de tortura... Mas seria capaz? Capaz de dissimular e suportar as perguntas e, pior, os olhares acusadores de seus colegas? Seu estômago ainda embrulhado...
Cogitou não ir para a aula, mas isso tornaria tudo tão mais óbvio... Com os olhos inchados e as marcas ainda no seu rosto contemplou a escola sob o calor do sol.
Cruzou a porta e uma mão fria pousou sobre seu ombro. Faltou-lhe coragem para ver quem era, apenas sentiu a pessoa se aproximar e dizer em seu ouvido palavras de amor. Virou-se assustado e contemplou o rosto que jurara nunca mais ver.
Os olhos nem verdes e nem azuis da garota e seu nariz arrebitado... Olhou para ela e virou a cabeça como um simples ato de despreso.
Escureceu como amanheceu e o espírito da moça ainda era vivo na sua lembrança

sábado, 23 de agosto de 2008

Poema enjoadinho

Surgiu como um clarão
Esse começo obviamente não é meu
Assim como este outro
É de Carlos Drummond

Ah esse grande mundo!
Permita-me segurar sua mão
E por apenas um segundo
Sentirei que você está ao meu lado
Mesmo que isso seja ilusão

Um arrepio, um calor
Um olhar, um brilho: um raio solar
Uma gota de chuva,
Uma lágrima e então
Eu acordo e vejo que nada existiu

Ah doce ilusão!
Há quanto tempo não dizia isso?
Ser realista é tão bom!
Os modernistas que me perdoem
Mas ninguém ironiza como o Machadão

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Sociedade Alternativa

O tempo fechou.
O sol sumira há mais de duas horas. Ainda era dia, é claro... As lojas ainda estavam abertas... Nessa sociedade capitalista o tempo é medido pela abertura das lojas...
A roupa estava sendo tirada do manequim... Uma moça pára em frente à ele... O observa por um tempo e diz:
- Que pernas lindas! Quero comprá-las!
- Moça, o manequim não está à venda...
- Mas essas são as pernas que eu sempre sonhei
- Sugiro que procure um cirurgião plástico
- São as pernas que eu idealizei que levariam a minha vida
- Talvez um psicólogo, no seu caso, seja melhor...

sábado, 16 de agosto de 2008

Mas este capítulo não é sério

Vento no rosto e sorrisos. Risadas (gostosas e as apenas comestíveis).
Abraços. Um bêbado. Uma equilibrista. The show must go on.
Alegria. Aula de química? Surreal. Alice? Cortem as cabeças! Café. Chocolate! Pão de queijo! Eu?
Revolta. Revolução! Música! Cantarolando! Pessoas gritando na rua. Pessoas cantando no café. No café? Dentro do chocolate frio? Através do espelho? Tensão.
Mas esse capítulo não é sério.
Olhando pro teto percebo que se cada dia da minha vida fosse um capítulo... Nossa! Que enorme! Que lindo! Queria poder escrever algum dia um capítulo sério.

sábado, 9 de agosto de 2008

Frio

Meus olhos doem com a claridade repentina da manhã... A janela ficara aberta e o vento gélido entrava e uivava nos meus ouvidos.
Deitado eu observava o teto que, repentinamente, se tornara mais interessante que qualquer coisa que se passava pela minha mente. Talvez não mais interessante, mas bem menos assustador.
Não sei o que eu pensava, mas não me agradava nenhum pouco... E foi então que uma luz repentina fez meus olhos arderem.
Levantei-me e encostei meus pés no chão frio. Tão frio quanto meu coração. Que estúpido! Mas não deixa de ser verdade... Sentia meu sangue congelado... Sentia que se caísse me quebraria em muitos pedaços. Sentia-me fraco, frágil, inútil. E se quebrado ficasse, quem se daria ao trabalho de juntar-me todo? De montar o meu quebra-cabeça?
Deixei o vento pentear meu cabelo e fiquei a observar o infinito... Queria parar esse momento. E como não consegui sai para continuar com aquela maldita vida e sua rotina bendita.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Magia

Um coelho branco saiu de dentro da cartola.
Não tocava nenhuma música do Cartola, mas o silêncio era a mais bela poesia.
Com um passe de mágica o coelho desapareceu e onde antes estavam seus olhos vermelhos cresceu o fogo do inferno.
A magia se esgotou, só me resta a meditação... Ou não.

domingo, 3 de agosto de 2008

Romeu?

(para a minha maninha: um texto pseudo-romântico... prometo fazer um mas decente depois mas enquanto isso, vai esse)

- Ó meu, ó meu! Onde estás, ó meu?
-Uma voz! A lua se esconde para que eu não possa ser visto! Lá está a luz da minha vida! Na sacada de seu quarto... Seu olhar perdido e o mundo aos seus pés. Seus olhos iluminados pela tristeza e angústia. Tamanhas que o quintal ilumina-se através deles.
- Ó meu, ó meu! Onde estás?
- Ela me chama! Chama por seu amor! Seria este eu? Quem dera fosse! Aqui estou, todo seu!
- O que? Escuto algo? Alguém me ouve nessa escuridão? Nesta noite sem luar e aparentemente sem vida? Alguém ou alguma coisa escuta meus lamentos?
- Oh! Ela não pode me ver! Como pode não me ver com esses olhos magníficos?
- Quem está ai? Ou o que. Não sei, não me importa, apenas me responda! Estou sentido falta de algo que nunca tive!
- Que olhar! Que voz!
- Não fala mais comigo ó criatura da noite? Vou-me embora então!
- Não!
- Ouço algo novamente?
- Não vá! Se você for eu caio em completa escuridão e perco-me! Com você a olhar para o infinito eu sinto vida dentro de mim!

sábado, 2 de agosto de 2008

Imagine

Sentei naquela cadeira e abri um livro...
Um vento repentino levou meu cabelo... Eu não estava mais onde estive... Um mundo novo se abriu em minha mente com aquele leve sussurrar de vento na minha cabeça. Crianças correndo? Não vejo nenhuma... Só escuto passos leves das musas... Imaginação fértil?

(eu juro que tinha imaginação)

terça-feira, 29 de julho de 2008

Coffe

Tic tac tac
Há cada minuto sinto que estou próxima do fim... O que acontece agora? Minhas preocupações são inúteis e bobas... E se eu sei disso eu não deveria deixar de tê-las?

Café...
Preciso de café...
Expresso?
Rapidinho!
Se não me estresso!

Lá se foi a última xícara... E agora? Terei que conversar? Não me obrigue a dizer nada! Não me obrigue! Ah, droga... Maldito seja seu olhar... Ele me obrigou... Porque não calo a boca?
Um sorriso... O olhar das pessoas vai de você para mim e para você de novo... Parece que estamos próximos... Mas que distância!

Café!
Preciso de café!
Expresso:
Exato! Agorinha!

Falsidade o dia inteiro... Aturando comentários imbecis... Ah que vontade de surtar! Mas pra depois chegar no fim?
Que fim?


"É mais difícil esconder os sentimentos que se tem do que fingir os que não se tem"

sábado, 26 de julho de 2008

Carta à um músico

Querido e amado e idolatrado (salve, salve) Chico
Logo Eu? Dentre todas as pessoas do mundo você escolhe (prepotência da minha parte achar que fui "escolhida", mas não encontro palavra melhor do meu pequeno vocabulário de falsa humilde) a mim? Essa pessoa que não sabe se abre ou fecha a janela, se espera o trem ou se vai pro mar (mesmo não chamando Madalena).
A banda hoje já passou. Cantando o lalalá de sempre... Não tem nada de diferente nessa cidade... Queria voltar para o Rio de Janeiro ou então somente pra fevereiro e ir em alguma noite mascarada.
Sabe o que fiz hoje? Rasguei todas as nossas fotos em branco e preto. Não precisamos mais viver essa mentira.
Maldita a hora que aprendi a trabalhar no photoshop!
De: Carolina do século XXI, talvez


(hahaha inútil, sim... qualquer dia eu PROMETO que posto algo decente! ou, em homenagem à vivi: descente)

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Andar

Andava com pressa e sem cuidado. Tropeçava por desatenção.
Olhava para todos os lados e não via nada. Seus pensamentos ultrapassavam a velocidade máxima permitida. Ela queria explodir. Gritar qualquer coisa.
Cansada de todos, ela parou. Pessoas a xingaram e ela só se desculpou. Sempre fazia isso... Sempre foi educada demais... Desistiu de tudo e resolveu tomar um café.
Sentada sozinha no lugar começou a tentar recriar os pensamentos das pessoas... Pouco depois riu de sua infantilidade.
Riu-se até que a tiraram do bar, porque iam fechar. Ela achou que era desculpa... Pensou que eles a acharam maluca. Andando à calada da noite sentiu vontade de rir. Rir de sua própria desgraça. E pela primeira vez em anos ela conseguiu. Conseguiu rir do ser humano patético que era. A partir de então foi se tornando uma pessoa melhor

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Passos

Toc, toc, toc, toc
Andando
Correndo
E andando novamente
toc, toc, toc, toc
Quatro passos
Se aproximava do quarto
Toc, toc, toc, toc
Uma respiração
Será que ela acordou?
Toc, toc, toc, toc
Um resmungo
Tec, tec, tec, tec
Passos estranhos
Tec, toc, tec, toc
De quem são esses passos?
Um beijo
Tec, toc, tec, toc
Passou.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Avó

Sabe do que eu gosto?
De lavar louça com a minha avó ao meu lado... Tenho uns devaneios, um sentimento de nostalgia... E olho pro céu azul que se estende pelo horizonte pensando em mil e uma coisas que nem sequer sei o que são.
Os olhos delas são tão mais claros que aquele azul... E bem, fim da história. Um post aleatório para uma pessoa especial.

terça-feira, 22 de julho de 2008

O Que Fazia?

Segurando-se no ônibus
Ou andando sem parar?
Já não sabia o que fazia
Ou fazia o que sabia.

Correndo na bicicleta
Ou parando no farol?
Já não sabia o que fazia
Ou fazia o que sabia.

Apostando seu dinheiro
Ou morrendo de ansiedade?
Já não sabia o que fazia...

Ou fazia o que sabia.

domingo, 20 de julho de 2008

Falta de romantismo

Ônibus lotado... Mãe brigando com filha, o senhor da cadeira de rodas tentando entrar e pessoas conversando. Algumas cantando. A menina sentada na janela olhava para a rua como se algo acontecesse naquele fim de tarde monótono. O rapaz que a observava nada via.
O ônibus andou e a menina continuava a olhar para fora. Ela viu o sol se pôr e ninguém mais daquele ônibus viu. Ela sentiu o vento levar seus cabelos e ninguém mais naquele ônibus sentiu. Ela vivia a vida e ninguém mais naquele ônibus vivia.
Era o fim do ataque do PCC.
Onde está o romantismo da coisa?

sábado, 19 de julho de 2008

Água

Ela acordou e se olhou no espelho. Fazia tempo que não se sentia tão bem com ela mesma. Deu um sorriso e logo entrou no banho. Durante um bom tempo ela sentia a água cair em seus ombros. Era gélida e caia fortemente... Após algum tempo ela parou de senti-la. Talvez tivesse se acostumado com algo que no início a relaxou e logo depois começou a incomodar. E agora era a hora da indiferença. Procurou sentir de novo o que sentira anteriormente e só conseguiu se frustrar... Sentimentos são naturais nunca inventados ou desenterrados. Aprendeu que a gente nunca sente a mesma coisa mais de uma vez. E no dia seguinte já não se sentia tão bem.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Amor?

"É, meu amigo só resta uma certeza
É preciso acabar com essa tristeza
É preciso inventar de novo o amor"

-O que fizeram com o amor? Nem sei se ele ainda existe! Procuro em todo o lugar!
-Ah que grande mentirosa você! Você nem sabe o que é o amor, como o procura?
-Eu respiro o amor a todo o instante!
-Você respira ar, deixe de mentira! Vamos entrando, está ficando frio!
-Esse arrepio! É o amor!
-Você está tremendo!
-É o amor!
-Não é o amor! Vamos! Não quer pegar uma pneumonia!
-Tuberculose eu quero!
-Deixa de baboseira! Entre logo!
-Daqui a pouco...
-Você quer saber o que é o amor?
-Quero!
-É o que sinto por você! Estou querendo salvar a sua vida, mas você não me escuta...
-Você me ama?
-Amo. Agora vamos entrar, por favor?
-E com um espirro, morreu.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Romance?

Inocentemente você pegou minha mão.
Logo soltou... Talvez porque estivesse muito gelada ou talvez porque tenha desistido do que ia fazer.
Eu peguei então a sua mão e a levei até a minha cintura. Coloquei as minhas em volta do seu pescoço e você estremeceu.
Não pude deixar de sorrir. Seus olhos brilharam quando se encontraram com os meus... Dançamos ao som dos passarinhos. Na verdade eu não movi um passo e acho que você também não.
Estava ocupada brincando com uma mecha do seu cabelo mal cortado...
-Você precisa cortar o cabelo
É eu acho que disse algo assim... Você olhou pra mim assustado e soltou a minha cintura. Me condenei por ter dito a pior coisa possível no momento. Só não foi pior porque não comentei sobre um cachorro aleatório... Mas assim que soltei seu pescoço e fui me virar para pegar minha bolsa você segurou o meu braço. Fez com que ficasse frente a frente com você. Seus olhos me intimidavam. Segurou meu pescoço e encostou sua testa na minha.
Queria tanto parar esse momento para a eternidade. Você me beijou e eu realmente não sou capaz de dizer quanto tempo durou. E você?

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Ventila a dor

Um vento repentino levou seus cabelos para trás. Olhou para os lados. Um ventilador refrescava sua cabeça superaquecida após a discussão.
Era como se sua cabeça tivesse sido aberta e o vento limpasse todo o estrago que aquela relação fizera. Foi então que acordou de seu estado e percebeu que o ventilador não existia.
Percebeu que era o amor que esfriava dentro do seu coração.
E seu sangue congelou...

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Two Serial

Chovia forte.
As grossas gotas de água o machucavam. Ou era essa a desculpa que ele inventava para as feridas em seu rosto.
Feridas que ele jurava serem físicas, mas seu rosto permanecia imaculado.
Pensar na madrugada anterior o fizera acreditar que pegar uma pneumonia e morrer era a melhor solução. Como o começo do outono, que não sabe se é frio ou quente, sua mente oscilava entre o remorso e a admiração. No momento em que as gotas batiam nele, o remorso era sua salvação...
Saíra da praia com a sensação de que fizera o que era certo. Parou. Teve a impressão de estar sendo seguido. Olhou para trás. Nada viu naquela escuridão. Entrou em uma padaria para disfarçar. Teve a certeza então, depois de muito pensar, que palavras podiam matar.
Sentou-se e pediu dois pratos de cereal.

sábado, 28 de junho de 2008

Tomada quatro E

Ela olhou para cima e viu o mundo cair sobre ela.
Ergueu os braços tentando proteger sua cabeça.
Era inevitável sua morte.
Enorme foi o esforço que fez para lutar contra a sua mente...

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Tarde

O céu estava azul. Um azul sereno como seus pensamentos.
Ou melhor, como ela gostaria que eles estivessem...
Olhava para cima, como se sonhasse... E não pode assim, deixar de tropeçar algumas vezes.
Como uma aquarela, gotas de água borravam aquele azul celeste... E, por um descuido do artista derramou leves gotas de laranja.
Suspiro.
Sonho inalcançável.
Vida incansável.
Chegou à velhice sem perceber quantas coisas fizera e deixara de fazer, mas seu céu continuava como o daquela tarde que caia no dia em que perdeu a visão e a noção.

sábado, 14 de junho de 2008

Ansiedade

Suas pernas tremiam, seu sorriso não mais sorria... Ele se aproximou, afastou seus cabelos de seu pescoço e com aquela gélida mão o segurou carinhosamente. Arrepio, ainda ansiosa. Ele a encarou profundamente e ela sustentou o olhar corajosamente. Ele sorriu e ela suspirou. Ele desviou o olhar e ela se decepcionou. Ele ainda segurava seu pescoço. Ela ainda ansiosa. Ele a beijou como nunca beijara ninguém. E se separaram. E nunca mais se viram. Ele ainda tem mãos geladas e ela ainda é ansiosa.

sábado, 31 de maio de 2008

Noite clara, dia escuro

Ela olhava para o céu, sua cabeça lindamente apoiada sobre o travesseiro de grama verde. Pelo menos era o que ele via. Uma pena caiu em sua face.
Uma mão caiu sobre a mesma e retirou-a. Não sem antes fazer cócegas na menina. Um espirro. Um sorriso. Uma risada. E um beijo.
Silêncio.
Nem uma palavra.
O dia nasceu.
Duas palavras.
O dia escureceu.
Tudo acabou.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Cai chuva do céu iluminado

A chuva caía e a marginal já se enchia. Estourando de alegria, a pequena criança corria atrás da bola: suas pernas pareciam pesar, sua calça a molhar soava como uma triste música de fim de tarde.
O sol refletia de forma vermelho-alaranjada a sombra incerta da criança. Assemelhava-se com sangue. A música ainda soava e a bola não pulava mais, era apenas levada pela correnteza. A criança tentava a todo o custo manter as pesadas e molhadas pernas no chão, mas rapidamente foi levada. Sua sombra desapareceu, mas o sol continuou a iluminar todo o dia neste horário o local aproximado da morte da alegria do mundo.
E mais uma vez nada disso apareceu no jornal. A única coisa que apareceu foi o arco-íris "duplo".

domingo, 6 de abril de 2008

Em Família

A campainha tocava incessantemente.
Era uma velha brincadeira de sua família. Tocar muitas e continuadas vezes a campainha daquela casa onde seus netos aprenderam a fazer o famoso ‘bolo peteleco’. A avó gritava do taque: “Já vai! Já vai!” e continuavam a tocar. Com um sorriso no rosto, ela foi atender a porta.
Secando as mãos em seu avental e jogando para trás o cabelo que há muito não recebia cuidados, foi caminhando ao seu passo enquanto a campainha tocava. A mão, ainda úmida, segurou as grades do portão de sua casa e abriu a porta (com um rangido) ao mesmo tempo em que abriu seu mais doce sorriso.
A campainha parou de tocar e a senhora abraçou seu filho que não via há uma semana e seus netos saudosos. A campainha foi tocada mais uma vez e o lábio da avó encostou a testa de sua neta mais nova.

domingo, 30 de março de 2008

Nenhum ano foi mais desunido que o nosso... Até que manhã e tarde se uniram, mas os grupos não falavam com outros grupos. E mais, chegavam a se odiar. Mas sabe... Eu não mudaria nada. Passaram-se três anos e eu não mudaria absolutamente nada. Nenhuma briga... Não deixaria de fazer nenhuma prova ou simulado ou PG. Não perderia essa chance de rir, de sorrir. Não mudaria o lugar em que passo meus intervalos de vinte e cinco minutos, ou melhor, vinte, já que o sinal sempre bate antes... Não mudaria nada. A ansiedade do retorno de um amigo, de um sonho perdido e de outro conquistado. Todos os tapas na cara e os carinhos (metaforicamente ou não)... Não mudaria nada. Todos os surtos e os pedidos de silêncio... Todas as vezes em que bati a cabeça no fundo do poço, todas as lágrimas derramadas e amizades conquistadas. Não mudaria nem aquelas que perdi...

quarta-feira, 19 de março de 2008

Questão de óptica

A árvore parecia grande, o céu enorme e a vida minúscula. E tudo dependia de um traço seu que se saísse torto nenhuma borracha apagaria... Uma hora havia passado e sua cabeça começava a pesar... Os pensamentos voavam e nada mais fazia sentido. Traçou a reta mais precisamente que conseguiu e recebeu um zero, pois não estava perfeito o suficiente.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Serial One

A carcaça estava sobre a areia quente e, o sol nascente iluminava o assassino. Não havia sinal de sangue ou de ultra violência, mas existem muitas outras formas de se matar uma pessoa.
Incontáveis conchas espalhadas por aquele chão arenoso pouco iluminado davam ao homicida a impressão de estar refletido em todos os lugares. Qualquer um poderia vê-lo. Como uma criança medrosa em uma casa de espelhos, ele tremia. Tremia em pensar nas conseqüências do que acabara de fazer. Do crime que cometera.
Hesitante, aproximou-se do corpo estendido e segurou, através de sua luva outrora preta, aquelas gélidas mãos. A discussão tinha sido intensa. Agachou-se e deixou que algumas lágrimas escorressem pelo seu rosto. Escondeu seu rosto em suas mãos e isso fez com que ele se manchasse de vermelho.
Quando ergueu a face, uma gotícula de água salgada tremeu em seu queixo pontudo e caiu na ponta do perfeito nariz arrebitado da falecida. A onda batia em seus pés, a onda, a onda. Em seus pés.Com muita dificuldade conseguiu dar alguns passos em direção ao mar, aonde alcançaria a liberdade. Abriu os braços e sentiu o vento levar o que sobrara de seus cabelos após as últimas conturbadas horas. Lavou-se nas frias águas matutinas durante um bom tempo, olhou uma última vez para o corpete sem vida e percebeu a beleza do ato que cometera.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Sete por Sete

Insuportavelmente ele ergueu a mão e perguntou.
Uma pergunta qualquer, uma pergunta retórica qualquer.
Como aquela que faria num dia frio.
Que pelo menos era frio pra ele.
E escuro também, parecia mais um sonho...
Não absorveu nada do que acontecia nele
Insuportavelmente se perguntou por que deveria morrer.

domingo, 27 de janeiro de 2008

?!

Quando me dá na telha eu saio de casa e vou até o “não empurra”. Dou duas ou três voltas ao redor dele e subo de volta a rua Manoel da Nóbrega.
Próximo ao monumento de Brecheret existe um monumento em homenagem a fundação de São Paulo. Lá tem uma pichação que diz: “Maluf pilantra”.
Não existe melhor jeito de exprimir arte, não é mesmo? Que seria melhor do que usar a arte alheia como degrau?
Arte e política são duas coisas muito perigosas.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Vida Insatisfeita

(texto velho... de novo)

O ocaso que por acaso assisti em uma praça próxima a minha casa em um dia de sol e vento era a paisagem de muitos casos da literatura universal. No céu, uma morada acolhedora, as nossas almas realmente vivem. Os raios avermelhados que se abaixavam cada vez mais eram como sinais de vida. Como se dissem que não somos realmente nós, que nunca nos esforçamos para sermos nós mesmos, que sempre deixamo-nos levar por comentários simples.
As nuvens de algodão puro brincavam como pequenas crianças tentando alegrar os preocupados e pensativos adultos. O amarelo predominante guardava todas as almas na sua grande morada. Protegia-as. O tempo foi passando e agora, o vermelho mostrado na casa celeste trazia a sensação de incrível tristeza, como se uma guerra tivesse começado, drasticamente. As cigarras que cantavam ao fundo anunciavam o início da nova era.
Como seria esta nova era? Se boa, se ruim somente o tempo diria, mas pelo que ocorreu logo após diria que foi péssima, De repente um vento forte soprou e as folhas das árvores despencaram. Uma caiu em minha mão e ela era..
Noite. Era escura. Tão escura... Seria realmente uma folha? A morada das almas estaca totalmente negra. Só após algum tempo de observação é que foram surgindo pontos pacíficos em um mundo em que ninguém se conhece e todos têm medos e aflições. Logo esses pontos se mutiplicaram.
Ao raiar do novo dia descubro que a suposta folha era na realidade uma flor. Ao sair de casa com a mais bela criação das almas senti-me feliz. Aquele sinal que me mandaram avisando que a guerra acabara. E depois dessa época de trevas, o cheiro do orvalho (ou o suor de tantas almas) juntou-se ao cantar dos pássaros que junto com a flor anunciavam a nova era.
A flor não sobreviveu. A guerra recomeçou no fim daquele dia em que tudo parecia maravilhoso. Parece que como aqui, as almas celestes nunca estão satisfeitas com sua vida. Mesmo que esta parecesse tão perfeita quanto um pôr-do-sol.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Cotidiano

Disse que não ia embora e chorou.
Disse que ia beber e riu.
Você disse que me amava e fugiu.

Todo dia você pergunta se eu volto pro almoço. Todo dia você me dá um beijo de despedida. Todo dia você me sufoca e eu morro de rir de você. Todo dia corto as suas falas e ironizo a sua vida e todo dia você me agradece por isso. Todo dia eu falo mal de você e toda a vez você pensa que é brincadeira. Cansei de brincar. Não gosto de você. Aliás, eu não te suporto! Me diz o porquê... O motivo de você simplesmente não sumir da minha vida!

domingo, 13 de janeiro de 2008

Tempestade

(esse texto está horroroso... parece mais uma corrente... mas é mais pra atualizar isso)
A chuva começou forte e não parou durante o final de semana. Aqueles foram os piores momentos livres da sua vida... Nenhum filme que já não tivesse visto, nenhum livro que já não tivesse lido, nenhuma história que já não tivesse escrito. Cansada daquela chuva forte que a impedira de sair durante o sábado e o domingo, saiu segunda-feira decidida que uma chuvinha não iria estragar um dia de trabalho.
As gotas d’água batiam no seu rosto sem piedade e, correndo a garota pisava em poças que surgiam a todo momento. Maldito rodízio, pensava, justo hoje! Justo hoje! A reunião era inadiável e a chuva deixou-a encharcada pouco tempo depois de sair do apartamento. Tudo bem, é só um emprego. Só o primeiro emprego. Não preciso ficar tão nervosa. Ela tentava se acalmar, mas o carro que passou e espirrou água nos pedestres não ajudou.
A chuva se tornava infernal e seu guarda-chuva não resistiu, logo quebrou. Com a parca sobre a cabeça correu até o SESC paulista e esperou um abrandamento da chuva. Que não aconteceu. Não naquele dia. Cansada de esperar e convencida de que não adiantaria correr andou até o metrô brigadeiro. Pegou o trem e foi para a entrevista. Chegou ao local em um estado lamentável e seu provável novo chefe pediu que se sentasse.
-Gostaria de tomar um chá, um café? ela recusou educadamente e secou o rosto com as mãos. O homem pediu a secretária que desse à moça uma pequena toalha para secar-se.
Após isso, ele olhou seu currículo e disse ‘quem está na chuva é para se molhar’. Contratou-a mais pelo esforço que havia feito apenas para chegar ao compromisso enquanto todos os outros haviam desmarcado os mesmos.