apalavreado

adj.m. 1.aquele que não consegue descrever com palavras, 2. eu, 3. você, 4. os humanos em geral

terça-feira, 29 de julho de 2008

Coffe

Tic tac tac
Há cada minuto sinto que estou próxima do fim... O que acontece agora? Minhas preocupações são inúteis e bobas... E se eu sei disso eu não deveria deixar de tê-las?

Café...
Preciso de café...
Expresso?
Rapidinho!
Se não me estresso!

Lá se foi a última xícara... E agora? Terei que conversar? Não me obrigue a dizer nada! Não me obrigue! Ah, droga... Maldito seja seu olhar... Ele me obrigou... Porque não calo a boca?
Um sorriso... O olhar das pessoas vai de você para mim e para você de novo... Parece que estamos próximos... Mas que distância!

Café!
Preciso de café!
Expresso:
Exato! Agorinha!

Falsidade o dia inteiro... Aturando comentários imbecis... Ah que vontade de surtar! Mas pra depois chegar no fim?
Que fim?


"É mais difícil esconder os sentimentos que se tem do que fingir os que não se tem"

sábado, 26 de julho de 2008

Carta à um músico

Querido e amado e idolatrado (salve, salve) Chico
Logo Eu? Dentre todas as pessoas do mundo você escolhe (prepotência da minha parte achar que fui "escolhida", mas não encontro palavra melhor do meu pequeno vocabulário de falsa humilde) a mim? Essa pessoa que não sabe se abre ou fecha a janela, se espera o trem ou se vai pro mar (mesmo não chamando Madalena).
A banda hoje já passou. Cantando o lalalá de sempre... Não tem nada de diferente nessa cidade... Queria voltar para o Rio de Janeiro ou então somente pra fevereiro e ir em alguma noite mascarada.
Sabe o que fiz hoje? Rasguei todas as nossas fotos em branco e preto. Não precisamos mais viver essa mentira.
Maldita a hora que aprendi a trabalhar no photoshop!
De: Carolina do século XXI, talvez


(hahaha inútil, sim... qualquer dia eu PROMETO que posto algo decente! ou, em homenagem à vivi: descente)

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Andar

Andava com pressa e sem cuidado. Tropeçava por desatenção.
Olhava para todos os lados e não via nada. Seus pensamentos ultrapassavam a velocidade máxima permitida. Ela queria explodir. Gritar qualquer coisa.
Cansada de todos, ela parou. Pessoas a xingaram e ela só se desculpou. Sempre fazia isso... Sempre foi educada demais... Desistiu de tudo e resolveu tomar um café.
Sentada sozinha no lugar começou a tentar recriar os pensamentos das pessoas... Pouco depois riu de sua infantilidade.
Riu-se até que a tiraram do bar, porque iam fechar. Ela achou que era desculpa... Pensou que eles a acharam maluca. Andando à calada da noite sentiu vontade de rir. Rir de sua própria desgraça. E pela primeira vez em anos ela conseguiu. Conseguiu rir do ser humano patético que era. A partir de então foi se tornando uma pessoa melhor

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Passos

Toc, toc, toc, toc
Andando
Correndo
E andando novamente
toc, toc, toc, toc
Quatro passos
Se aproximava do quarto
Toc, toc, toc, toc
Uma respiração
Será que ela acordou?
Toc, toc, toc, toc
Um resmungo
Tec, tec, tec, tec
Passos estranhos
Tec, toc, tec, toc
De quem são esses passos?
Um beijo
Tec, toc, tec, toc
Passou.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Avó

Sabe do que eu gosto?
De lavar louça com a minha avó ao meu lado... Tenho uns devaneios, um sentimento de nostalgia... E olho pro céu azul que se estende pelo horizonte pensando em mil e uma coisas que nem sequer sei o que são.
Os olhos delas são tão mais claros que aquele azul... E bem, fim da história. Um post aleatório para uma pessoa especial.

terça-feira, 22 de julho de 2008

O Que Fazia?

Segurando-se no ônibus
Ou andando sem parar?
Já não sabia o que fazia
Ou fazia o que sabia.

Correndo na bicicleta
Ou parando no farol?
Já não sabia o que fazia
Ou fazia o que sabia.

Apostando seu dinheiro
Ou morrendo de ansiedade?
Já não sabia o que fazia...

Ou fazia o que sabia.

domingo, 20 de julho de 2008

Falta de romantismo

Ônibus lotado... Mãe brigando com filha, o senhor da cadeira de rodas tentando entrar e pessoas conversando. Algumas cantando. A menina sentada na janela olhava para a rua como se algo acontecesse naquele fim de tarde monótono. O rapaz que a observava nada via.
O ônibus andou e a menina continuava a olhar para fora. Ela viu o sol se pôr e ninguém mais daquele ônibus viu. Ela sentiu o vento levar seus cabelos e ninguém mais naquele ônibus sentiu. Ela vivia a vida e ninguém mais naquele ônibus vivia.
Era o fim do ataque do PCC.
Onde está o romantismo da coisa?

sábado, 19 de julho de 2008

Água

Ela acordou e se olhou no espelho. Fazia tempo que não se sentia tão bem com ela mesma. Deu um sorriso e logo entrou no banho. Durante um bom tempo ela sentia a água cair em seus ombros. Era gélida e caia fortemente... Após algum tempo ela parou de senti-la. Talvez tivesse se acostumado com algo que no início a relaxou e logo depois começou a incomodar. E agora era a hora da indiferença. Procurou sentir de novo o que sentira anteriormente e só conseguiu se frustrar... Sentimentos são naturais nunca inventados ou desenterrados. Aprendeu que a gente nunca sente a mesma coisa mais de uma vez. E no dia seguinte já não se sentia tão bem.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Amor?

"É, meu amigo só resta uma certeza
É preciso acabar com essa tristeza
É preciso inventar de novo o amor"

-O que fizeram com o amor? Nem sei se ele ainda existe! Procuro em todo o lugar!
-Ah que grande mentirosa você! Você nem sabe o que é o amor, como o procura?
-Eu respiro o amor a todo o instante!
-Você respira ar, deixe de mentira! Vamos entrando, está ficando frio!
-Esse arrepio! É o amor!
-Você está tremendo!
-É o amor!
-Não é o amor! Vamos! Não quer pegar uma pneumonia!
-Tuberculose eu quero!
-Deixa de baboseira! Entre logo!
-Daqui a pouco...
-Você quer saber o que é o amor?
-Quero!
-É o que sinto por você! Estou querendo salvar a sua vida, mas você não me escuta...
-Você me ama?
-Amo. Agora vamos entrar, por favor?
-E com um espirro, morreu.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Romance?

Inocentemente você pegou minha mão.
Logo soltou... Talvez porque estivesse muito gelada ou talvez porque tenha desistido do que ia fazer.
Eu peguei então a sua mão e a levei até a minha cintura. Coloquei as minhas em volta do seu pescoço e você estremeceu.
Não pude deixar de sorrir. Seus olhos brilharam quando se encontraram com os meus... Dançamos ao som dos passarinhos. Na verdade eu não movi um passo e acho que você também não.
Estava ocupada brincando com uma mecha do seu cabelo mal cortado...
-Você precisa cortar o cabelo
É eu acho que disse algo assim... Você olhou pra mim assustado e soltou a minha cintura. Me condenei por ter dito a pior coisa possível no momento. Só não foi pior porque não comentei sobre um cachorro aleatório... Mas assim que soltei seu pescoço e fui me virar para pegar minha bolsa você segurou o meu braço. Fez com que ficasse frente a frente com você. Seus olhos me intimidavam. Segurou meu pescoço e encostou sua testa na minha.
Queria tanto parar esse momento para a eternidade. Você me beijou e eu realmente não sou capaz de dizer quanto tempo durou. E você?

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Ventila a dor

Um vento repentino levou seus cabelos para trás. Olhou para os lados. Um ventilador refrescava sua cabeça superaquecida após a discussão.
Era como se sua cabeça tivesse sido aberta e o vento limpasse todo o estrago que aquela relação fizera. Foi então que acordou de seu estado e percebeu que o ventilador não existia.
Percebeu que era o amor que esfriava dentro do seu coração.
E seu sangue congelou...

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Two Serial

Chovia forte.
As grossas gotas de água o machucavam. Ou era essa a desculpa que ele inventava para as feridas em seu rosto.
Feridas que ele jurava serem físicas, mas seu rosto permanecia imaculado.
Pensar na madrugada anterior o fizera acreditar que pegar uma pneumonia e morrer era a melhor solução. Como o começo do outono, que não sabe se é frio ou quente, sua mente oscilava entre o remorso e a admiração. No momento em que as gotas batiam nele, o remorso era sua salvação...
Saíra da praia com a sensação de que fizera o que era certo. Parou. Teve a impressão de estar sendo seguido. Olhou para trás. Nada viu naquela escuridão. Entrou em uma padaria para disfarçar. Teve a certeza então, depois de muito pensar, que palavras podiam matar.
Sentou-se e pediu dois pratos de cereal.