apalavreado

adj.m. 1.aquele que não consegue descrever com palavras, 2. eu, 3. você, 4. os humanos em geral

sábado, 24 de julho de 2010

Clichê

É no mínimo irônico como as coisas são... É, no mínimo isso...
Há muito tempo tropecei na calçada. Isso poderia ter despertado em mim uma outra visão sobre o mundo ou sobre a vida, o universo e tudo mais, mas não.
O movimento da pedrinha, se deslocando, rodando até a raíz daquela enorme árvore e batendo com um leve baque poderia ter me inspirado de uma maneira que não sairia do transe hipnótico da escrita. Mas não.
Não que isso seja relevante para algo, é apenas engraçado. Eu podia ter levantado e começado a cantar e dançar, como geralmente faço, mas hoje não quis. Sei que parece natural, mas não deveria ser. Cada acontecimento, como o mosquito que acabou de voar pela janela, deveria ser relevante para a nossa vida - e não digo relevante no sentido "efeito borboleta" de ser, mas relevante na prática mesmo. Afinal, porque não posso me emocionar com a saída do mosquito pela janela? Isso não é uma metáfora? De liberdade, claro, mais clichê impossível. Sinceramente, cansei de me importar com clichês! A beleza da vida muitas vezes está presente nesses clichês!
Sem os clichês não teríamos a renovação da chuva, a alegria do sol e muito menos a surpresa do inusitado - que já é um clichê.
Sejamos inovadores e admitamos que gostamos - e muito - dos clichês.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Leviandade

Confesso que muitas vezes quis ser um tanto mais leviana. Não por nada, mas você já não se sentiu sufocado por tantas obrigações? E o péssimo é que às vezes não conseguimos nem definir os motivos de fazermos algo...
A inércia funciona para isso também... Tenho essa teoria... Já reparou que uma vez que você começou a seguir um caminho é muito difícil parar e mudar? Pois é...

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Mudanças

-As coisas parecem diferentes.
-Diferentes, só.
-Não sei... Só estão diferentes.
-Tudo bem, paro de falar "diferente".
-Mas não sei, aconteceram tantas coisas e nem todas eu pude acompanhar. Parece que estou assistindo um filme...
-Mas não um filme bom... Um filme que não prende a gente, um filme que acaba e nós continuamos os mesmos, um filme que não nos muda, não nos altera, não nos ajuda e não nos atrapalha. Como se eu estivesse só vendo, como se eu não fizesse parte daquele mundo e daquilo que acontece. Não me sinto pertencente à minha própria vida. Como isso? É um sentimento tão esquisito... Parecer que tudo o que acontece não diz respeito a mim, ou talvez até diga, mas não me afeta porque simplesmente não sei, porque ninguém me fala, ninguém de da um choqualhão, ninguém ou melhor, nada me acontece.
-Dizem que acontece muito comigo... Como assim todos sabem disso, exceto eu? Isso é impossível, é como se eu fosse de fato personagem de um livro ou de um filme. E um idiota, né, afinal tudo - teoricamente - acontece ao meu redor, todos sabem, menos eu.
-Não posso ser tão tapada assim. Você até perdeu a voz.