apalavreado

adj.m. 1.aquele que não consegue descrever com palavras, 2. eu, 3. você, 4. os humanos em geral

sexta-feira, 31 de julho de 2009

A mulher ideal

Encontrei a mulher ideal.
Ela olhava pra mim com seus olhos escuros. Seus cabelos espalhados pelo travesseiro. Ela falava comigo com uma voz calma e sedutora. Ela não precisava mais me seduzir. Sinceramente, eu estava explodindo.
Ela pegou na minha mão - estávamos um de frente pro outro. Eu a beijei. Acho que nunca beijei tão apaixonadamente.
Paixão modo de dizer, era óbvio que aquilo era atração. E logo depois da nossa noite de amor - escritores falam fino, sexo é uma palavra muito forte - ela foi embora e não voltou mais.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Esqueser

- Que pergunta é essa?
- Isso mesmo que você ouviu... És ou quer ser?
- E o que isso tem a ver?
- Nada...
- Então porque pergunta?
- Simples: és ou quer ser?
- Quer mesmo saber?
- Quero!
- Esquecer!
- Do que?
- De que algum dia quis ser que nem você

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Temperança

A esperança é um grande mal, pois é uma lança nos corações das pessoas, mas é a única coisa que tempera a vida.

sábado, 25 de julho de 2009

O grande problema dos aforismos

É que por mais que eles tenham o prefixo de negação, são grandes foras.

Fim

Não me diga como, não me diga quando, não me diga - muito menos - o motivo.
Não me diga nada.
Se puder evitar de olhar em meus olhos, eu agradeço.
Foi assim que fui embora da vida dele. Exatamente com essas palavras. Tudo bem, talvez não exatamente com essas palavras, mas algo parecido. Talvez eu soluçasse de dor, quer dizer, de choro. Não dói dizer, dói ouvir o que as pessoas fazem.Afinal, alguém me explica porque elas nos contam? Teria sido melhor se ele tivesse simplesmente ido embora.
Precisava dizer que não sentia nada por mim?
Acho que na verdade se ele não tivesse dito eu esperaria o dia da sua volta - D. Sebastião da minha vida.
Odeio a verdade. De verdade.
às vezes queria viver na ilusão.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Ridendo Castigat Mores

R entra emburrado e senta ao lado de S

S:- O que há, irmão?

R:- Tive que deixar a Universidade, pq não estou tendo aula!

S:- E o pq isso te deixa tão perturbado?

R:- Estudei tanto para entrar nela: o oásis de todo e qualquer conhecimento... Quase uma ágora...

S:- Você vai perdoar a minha ignorância, mas o que é conhecimento?

R:- São as aulas, tudo aquilo que os professores falam, os textos.

S:- Entendo... Vida e conhecimento são coisas distintas?

R:- São, né... Conhecimento é aquilo que está nos livros, vida é o que vivemos.

S:- Você não vive seu conhecimento?

R faz cara de dúvida.

C entra com um craft escrito “greve” e gritando:- Fora já, fora já daqui!

R:- Ah, lá vem aquele comunista MALA!

C:- Fora já, fora já daqui! Fora PM e a Suely!

S:- Você grita essas palavras querendo atingir a quem?

C:- Fora... É comigo?

S:- Sim, com você.

C:- A todos! Quero que todos saibam pelo que lutamos!

S:- e vocês lutam pela saída da PM e da reitora da onde?

C:- Daqui, ué!

S:- Daqui? Eu não as vejo aqui...

C:- Da USP, eu quero dizer...

S:- E com que autoridade pede a saída de ambas?

C:- Com a autoridade de aluno dessa instituição!

R:- Olha só o discursinho pronto!

S:- E os alunos dessa mesma instituição que querem que elas permaneçam no campus?

R:- É! E a gente?

C:- Eles que façam um movimento...

S:- E o movimento estudantil não é de todos?

C:- Ah, é, né... Só que...

R (gritando):- Ninguém respeita nada!

C:- Seu reaça desgraçado!!

R (para S):- Ta vendo, ta vendo? Vou fundar um Movimento e vocês, comunistas, vão desejar nunca terem falado isso de mim!

R sai batendo os pés.

C:- Eu nem me importo!

S:- Com o que?

C:- Com o que esse aprendiz de reacionário diz!

S:- Peço mil desculpas... Estou velho e minha memória muito falha... Mas o que foi mesmo que ele disse?

C:- ... er... ele disse que... bem, ele disse...

R junta G e vai para a frente de S e C e diz:- Greve?

G:- Não!

R:- Aulas?

G:- Sim!

E o G rapidamente se dispersa.

C:- O que é isso?

R:- Isso, vermelhinho sem cultura, é um flash-mob!

S:- E você saberia me explicar o que é um flash mob?

R:- São manifestações relâmpagos.

S:- E como as descobriu?

R:- Na verdade, eu descobri que isso existia depois daquela manifestação sem calças que teve aqui nos metrôs de SP, sabe...

S:- Ah, sim... Mas um flash mob não é carregado de nenhum valor político-ideológico intrínseco na sua origem?

R:- Não. São pessoas que se reúnem para fazer algo fora do comum...

S:- Então é quase uma obra de arte?

R:- Por ai...

S:- E você torna a manifestação artística, política?

R:- Eles fizeram...

S:- Eles quem?

R olha de um lado para outro, com medo de que o escutem:- Os comunistas!!

S:- Sério?

R:- É! Eles... eles... fizeram isso com... com... a greve! Isso! A greve!

S:- A greve é uma manifestação artística?

R:- É...

C:- Cala boca e vai estudar! Agora sei pq preza tanto pela aula...

R:- Ta vendo como ele me trata?

S:- Como ele te trata?

R:- Assim, com desprezo!

S:- Você considera que o trata com desprezo?

C:- Bem menos do que ele merece.

S:- O que é desprezo para você?

C:- Pra mim é ignorar, mais do que isso, é se mostrar superior.

S:- Então, se você o despreza mais levianamente do que você diz que ele merece; você não é suficientemente superior a ele para dar a quantidade de desprezo digno a ele e às suas ações?

C:- AHN?

S:- Você diz que ele merece mais desprezo do que você reserva a ele, e diz que desprezo é se mostrar superior. Se você não o despreza mais significa que você não é tão superior a ele assim?

C:- Não, você não entendeu. É tudo uma questão de metáfora: nada é o que realmente parece ser. Então, eu só finjo que sou melhor, para me MOSTRAR superior, não ser. Ai ele cai e acaba achando que seu voto não conta ou que não vai fazer diferença.

R:- Então é assim que você transforma a democracia em uma comunistacracia!

S:- Como você pode supor que seu voto não faz diferença no que acontece nessa universidade?

R:- Nada muda! São feitas trezentas assembléias enquanto os comunistas não ganham o que querem.

C:- Você não entende, não é mesmo? É uma estrutura de poder!

S:- Escuta, mas não é contra isso que vocês lutam?

C:- É... Mas temos que nos sujeitar às regras vigentes para fazermos algo. Não podemos partir logo pra revolução.

S:- Não era o que Marx dizia que devia ser feito?

C:- Ah, era, mas, veja bem...

R:- Vocês querem o poder pra vocês.

C:- E todos não queremos?

S:- Com certeza o povo quer.

C:- Nós não tiramos o poder dele.

R:- Só fizeram assembléias longas e chatas para nos afastar.

C:- Sabe política é assim: uns gostam outros odeiam. Mas todos devem participar.

S:- Não participar não é uma escolha válida?

C:- É, mas ai você complica o andamento do governo, quer dizer, da universidade.

S:- De que maneira?

C:- Opinião pública. Ai vem a imprensa falar que são alguns baderneiros...

R:- E não são?

C:- Pode até ser que sejam poucos, mas a revolução começa da minoria!

S:- Pensei que não iam começar com revolução...

C:- É, mas a gente precisa de meios democráticos para conseguir modos legais de se manifestar.

R:- Manifestações não são ilegais... É só vocês não falarem em nome da MINHA Universidade.

S:- È sua?

R:- É claro!

S:- E os outros cidadãos brasileiros?

R:- Quando eles entrarem aqui será deles também.

S:- A universidade não é pública?

R:- Ah, é né... Só que eu que estudo aqui...

S:- E deveria ser diferente?

R:- Claro que não! Eu passei no vestibular! É meu mérito!

S:- Educação por mérito e privilégio é correto?

R:- Ah... Bem...

C:- Por isso eu odeio vocês, de direita! Vocês não têm consciência de que vivem em sociedade!

R:- E vocês ficam só na teoria...

C:- Quando a gente tenta fazer algo tem alguém nos criticando

S:- Se não conseguem fazer nada com crítica, talvez nem deveriam tentar.

C:- Ah, mas nem pra nos ajudar...

S:- E qual o primeiro passo que eles devem dar para ajudar vocês?

C:- Não sei...

R:- eu não faço nada pra ajudar esses vermelhinhos...

S:- Que tal vocês conversarem bastante?

R:- Para que?

C:- É! Pra que? O movimento vai super bem sem eles!

S:- Não é o que parece. Não acham que se houver o diálogo entre vocês, você (olha pro reaça) poderia fazer com que eles parassem de falar em seu nome, sobre coisas que não acredita e voltar a ter aula?

R:- Sim

S: - E você (pro comunista) não acha que assim poderia modificar o modo que está a cada dia se provando mais ineficiente, pois pouco consegue atingir as pessoas dentro e fora da universidade?

C:- Sim

S:- Pode beijar a noiva.

Carta Aberta (23/06/09)

Tendo plena noção de que esta carta tem pouquíssima chance de ser publicada em algum meio de comunicação mais influente, a inicio com uma crítica justamente ao escasso espaço destinado às opiniões dos cidadãos dessa sociedade.

O quão triste é ler um jornal, uma revista, ou até mesmo um blog com pretensões jornalísticas com vários espaços destinados a uma mesma idéia? Fiquei bastante chateada, principalmente porque costumava acreditar que as pautas que impulsionam o Movimento Estudantil (ME) na Universidade de São Paulo (USP) atualmente poderiam ser resolvidas pelo diálogo, que os estudantes podiam inserir suas idéias na mídia e dizer o porquê de se colocarem contra, por exemplo, a Universidade Virtual do Estado de São Paulo (UNIVESP).

O que a nossa reitora professora doutora Suely Vilela mostrou no momento em que permitiu que a Polícia Militar (PM) entrasse no campus Butantã da USP foi que esse diálogo não iria acontecer. Confesso que só então mudei a minha opinião e me posicionei a favor da greve, pois realmente acreditava – como estudante de Letras – na conversa.

A polícia foi sim chamada para cumprir um processo de reintegração de posse, mas é importante que pensemos nos motivos pelos quais os funcionários faziam os piquetes e até que ponto eles interferiam no direito das pessoas de ir e vir, já que eles não eram violentos e eram feitos através de conversa. Mais importante ainda é pensar na reação de todos os outros “habitantes” da “cidade Universitária”: a polícia lá causou muito desconforto.

Além disso, é muito importante que lembremos que a USP foi criada para ser autônoma e quando a reitora chama a PM ela inverte os poderes da Universidade e mostra a sua submissão ao governo. Existe a polícia do campus que podia lidar com esta situação. Fazendo isso, a reitora se destituiu do cargo, sendo assim, eu não me sinto mais representada por ela.

No dia nove de julho (09/06) estava programado um ato de estudantes, funcionários e alguns professores das faculdades estaduais (USP, UNESP e UNICAMP) no portão um do campus Butantã. A polícia estava em posição de choque e a ato se restringiu a palavras de ordem como: “Fora PM”, “Fora Suely”, “A culpa é sua, hoje a aula é na rua”, “Conhecimento sim, polícia armada não” – com os livros levantados, “Quem não pula é PM” e outras palavras que podem ter soado um pouco mais agressivas como quando chamavam os policiais de coxinhas.

Um desentendimento entre os manifestantes na hora de encerrar o ato acabou fazendo com que o movimento se dispersasse. Se houve ou não provocação por meio de alguns manifestantes não é exatamente o caso, mas supondo que este realmente aconteceu veja a generalização que a mídia fez dizendo que “o movimento estudantil é isso ou aquilo” e que “isso não é estudante, estudante é aquele que está na sala estudando” (e não defendendo o seu ideal de Universidade e seu local de estudo).

A polícia reagiu às (possíveis) provocações de um determinado grupo e, segundo as notícias divulgadas, fez isso apenas para dispersar o movimento – que já estava disperso. A correria se estendeu até o prédio da História e Geografia onde estava acontecendo uma reunião da Associação Docente da USP (ADUSP). Ao ser informada e perceber o que estava acontecendo a diretora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas desceu do prédio para conversar com os policiais que atiravam bombas de efeito (i) moral e de gás lacrimogêneo dentro do prédio quando foi bombardeada[1].

Os fatos decorrentes dessa entrada da PM comprovaram ainda mais a relutância da reitora e do governo em que esse diálogo acontecesse: as negociações com o FÓRUM DAS SEIS permaneciam fechadas e a imprensa se mostrava cada vez mais parcial. Confesso que isso me deixou muito chateada e pouco esperançosa. Cartas de diversos professores das mais variadas faculdades e universidades rodaram entre os e-mails dos estudantes e alguns chegaram à mídia, mas esta não manifestou interesse em publicá-las (salvo algumas como a carta do professor Safatle, do departamento de filosofia da FFLCH).

Hoje, uma semana antes do término das aulas na Universidade, a situação é outra. As negociações foram reabertas, a polícia foi retirada do campus nos dias de negociações (e os piquetes suspensos). Ou seja, a reitoria está se abrindo para o diálogo novamente.

A questão que mais me preocupa é: e se a reitora, o governo e a imprensa conversar com os funcionários, com os professores e se “esquecerem” dos estudantes pois são um “bando de baderneiros que tem é que estudar”?

Não devemos deixar que o movimento morra e muito menos nos esquecermos de uma das nossas principais pautas: a UNIVESP. O projeto da Universidade Virtual tem uma maquiagem democrática de acesso à educação, porém, ela acaba formando um círculo de precarização cada vez maior, uma vez que é um curso feito para suprir as vagas para professores da escola pública.

Falando pelo prédio de Letras, que não possui salas e cadeiras suficientes para sequer o ensino presencial, que infra-estrutura ele teria para receber o equipamento para o ensino à distância?

Mesmo que o projeto da UNIVESP não possuísse nenhuma falha, é preciso que se melhore o ensino presencial, aumente o número da vagas do mesmo para então aplicar um ensino à distância, caso contrário, se criará um ensino à distância precário. É importante lembrar, porém, que “estudante é aquele que está na sala de aula estudando”, segundo a mídia. Então pensaríamos: o ensino à distância faz com que a pessoa seja estudante?

Brincadeiras à parte, eu acredito, como futura professora, que a educação está além da sala de aula, está na convivência, na própria vivência com o Movimento Estudantil. O ensino à distância deveria ser aplicado como especialização e não como um curso de licenciatura, já que o contato professor-aluno, aluno-aluno se aprende muito com a vivência.

Escrevo hoje essa carta à comunidade, apenas como um desabafo. Acredito que para muitos estudantes será apenas uma repetição do que foi dito em assembléias e lido em fóruns de discussão, mas aparentemente, para a mídia isso é novidade.

Queria também manifestar meu repúdio aos atos abertamente antidemocráticos[2] que estão acontecendo, meu repúdio à parcialidade da mídia e principalmente meu apoio a qualquer pessoa ou movimento que esteja à procura de diálogo para fazermos do ME um movimento que possua forças para construir uma Universidade melhor.

Paula de Camargo Penteado

Letras – USP

23/06/09



[1]Comunicado da Direção da Faculdade de Filosodia, Letras e Ciências Humanas


Diante da gravidade dos acontecimentos ocorridos no campus da USP, na tarde de 09/06/2009, a direção da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, as chefias de Departamentos e as Presidências das Comissões Estatutárias, reunidas em 10/06, vêm a público para manifestar o seguinte:

1. Por volta das 17hs, mesmo com a tentativa de mediação da direção da FFLCH junto ao comandante do efetivo da PM, bombas de efeito moral foram atiradas sobre o estacionamento do prédio de Geografia e História, tendo seus gases invadido o edifício, onde se encontravam muitos professores, alunos e funcionários de nossa unidade.


2. Independente das causas que tenham originado tal atitude, esta se constituiu numa agressão física e moral à Faculdade. Não podemos aceitar passivamente um ato violento que agrida um espaço que foi constituído para o pensamento e reflexão.


3. Inquieta-nos o fato de ser a primeira agressão direta sofrida pela faculdade desde 1968. Acreditamos ser urgente encontrar formas de reabrir o diálogo de modo a permitir que os meios tradicionais e próprios da comunidade universitária de resolver conflitos se imponham sobre a força.


4. A Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas em seus 75 anos de história conseguiu se transformar num patrimônio cultural do Brasil. É responsabilidade de todos nós, professores, alunos e funcionários da USP, encontrarmos meios deafastar todas as formas de violências do campus para preservar a Universidade como um espaço plural e democrático de geração e transmissão do saber.

Profa. Dra. Sandra Margarida Nitrini

Diretora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas”

[2] " Grupos antigreve marcam novo ato na USP

Terceiro protesto contra a paralisação foi marcado para a próxima quinta-feira, em frente à Faculdade de Economia

Um dos grupos tem 665 membros na comunidade do Orkut e diz ter reunido 3.000 adesões em abaixo-assinado contra a paralisação na USP

DA REPORTAGEM LOCAL

Nos últimos dias, um movimento antigreve na USP deixou de ser virtual (na internet) e passou a promover atos na Cidade Universitária. Já foram feitos dois protestos e outro está marcado para quinta.

Entre estudantes descontentes com sucessivas greves, há também dois grupos virtuais organizados, que participam ou organizam a mobilização.

O maior, denominado CDIE (Comissão para Defesa dos Interesses Estudantis da USP), existe desde abril deste ano e conta com 665 membros na comunidade do Orkut. Ele é responsável por um abaixo-assinado contra a greve, que já reúne 3.000 assinaturas, segundo os organizadores.

O mais recente, denominado Flacusp (Forças de Libertação Anticomunistas da USP), foi criado no Orkut no dia 8 e tem 107 membros virtuais "selecionados", afirma Leandro, 23, um dos participantes (ele não quis dar o sobrenome nem dizer a qual curso pertence).

Leandro classifica os atos do movimento grevista como "balbúrdia" e diz preferir a ditadura. "A ditadura impõe a ordem, não deixa essa zona acontecer."

O jovem era um dos participantes de um protesto antigreve que ocorreu na última sexta de manhã na USP e reuniu 80 estudantes. Na mesma noite, outra manifestação contra a paralisação reuniu cerca de 300 pessoas. Nos dois protestos, houve confrontos com grevistas, xingamentos e discussão. Antigrevistas afirmam ter sido vítimas de chutes e socos.

Nos protestos, estudantes contra a greve pediam a volta do "bandejão" e do "ônibus circular". Os grevistas chamavam o grupo de "fascista". O próximo ato antigreve será quinta, às 12h30, em frente à FEA (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade)."

quarta-feira, 22 de julho de 2009

784.0981^U555v^1997

- Esse é o código que você tem que encontrar.
E seu olhar se arrastou pela aquela imensa biblioteca. Parecia ser um árduo trabalho.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Idade

Ele saiu para comprar pão. Estava no último degrau da longa escada e se lembrou: esquecera a bengala. Penosamente, voltou e logo saiu.
Chegando à padaria pediu dois pães, pagou e deixou o lugar. Um fusca com o escapamento ruim passou e fez um estrondo. Seu coração parou.
O bom de viver em uma cidade como essa é que nunca se distingue a diferença entre um escapamento e um tiro de revólver.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Sério?

A seriedade é algo muito sério e que merce muita reflexão.
É sério!
Pode parecer que eu estou brincando, mas eu não estou!
Estou falando seríssimo!
A seriedade é coisa séria.
Se usamos ironia em uma conversa séria, aconversa já perde boa parte da sua seriedade.
Mas convenhamos: qual a graça de uma conversa sem ironia?
A seriedade nem é algo tão sério assim...

quinta-feira, 9 de julho de 2009

You and me

Você está sentada. Você está olhando para o infinito. Você nem nota a minha presença. Pelo menos não aparenta notar.
Eu me aproximo. Você ainda está com o olhar petrificado nas nuvens. Eu te observo, pensando no que fazer. Você parece ter preocupações mais sérias. Às vezes acho que sou um idiota, me preocupando tanto assim com você.
Você parece triste. Na verdade não sei bem se é essa a expressão. Não sei se você se sente triste. Sua expressão é difícil de descrever.
Você olha de canto e me vê. Me cumprimenta com um sinal, mas não fala nada. Me sento ao seu lado. Você continua a olhar para o infinito. Acho que tentando suportar a sua dor.
Envolvo você nos meus braços em um longo abraço. Você não demonstra gostar e nem desgostar. Apenas aceita. E continua a olhar o infinito.
Ah, se você soubesse minhas reais intenções. Será que você ficaria assim, com tanta falta de reação?
Vejo uma lágrima escorrer pelo seu rosto... O que ela significaria?
Queria poder te ajudar.
Mas você insiste em dizer que não precisa e nem quer minha ajuda.
E nesses momentos em que você diz isso, eu percebo que você sou eu.