apalavreado

adj.m. 1.aquele que não consegue descrever com palavras, 2. eu, 3. você, 4. os humanos em geral

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Maré

Mar é sal
Sal é lágrima
E suas lágrimas, doces

Seu choro é a minha alegria
Sua alegria não existe
O que existe é besteira

A besta é você
Seu rosto virou pedra
E as ondas batem em você

Olhe só!
A maré aumenta
Morra na sua própria agonia

Mar...
É melancolia
É saudade do tempo em que nos amávamos

A maré agora está calma

Mas o mar ainda é.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Mágica

As estrelas começavam a cair. Cair ao redor do seu corpo. Ele subia dando o seu máximo e o brilho ao seu redor era das estrelas. Elas o protegiam. Como se tivessem uma mágica própria. “Milagre”, gritou um homem depois da apresentação do outro no lenço. “Milagre!”
“Ei! Você! É você ai com a máquina! Lembra daquele milagre que eu te falei?”
“Pois é, não aconteceu”
*Brilha onde estiver*
Não há de ser nada, pois sei que a madrugada acaba, quando a lua se põe
O abraço de vampiro é o sorriso de um amigo e mais nada
Não há de ser nada, pois sei que a madrugada acaba, quando a lua se põe
A estrela que eu escolhi não cumpriu com o que eu pedi
e hoje não a encontrei
Pois caiu no mar, e se apagou
Se souber nadar, faça-me o favor
O milagre que esperei nunca me aconteceu
Quem sabe é só você
Pra trazer o que já é meu

Brilha onde estiver
Faz da lágrima o sangue que nos deixa de pé

(O TEATRO MÁGICO – SHOW DE 4 ANOS)
Surpresas e mais surpresas...
Pois é, o milagre pode não ter acontecido. Mas o show fez e aconteceu.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Chega

Xingamentos correram de boca em boca.
"Pervertido" - disse a moça ruiva que subia a rua Augusta após ser chamada de prostituta. "Filho da Puta!" disse o motorista quando uma moto passou correndo e arranhou seu precioso carro. "Sorria e diga que ama o governo! E de modo algum faça alguma crítica!" - disse a repórter antes de iniciar a entrevista. "Calem-se!" - era o que suplicava o estudante farto de ouvir aquilo tudo.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Gritem!

Horror! Quanta ignorância no ar...
- Um chato a menos! – eu ouvi falar.
- Podem gritar!! – respondi – A chata agora, é mais uma no mundo e vocês, vocês não podem mais despreza-la!
Vão ter de lutar! Com e contra ela. E agora? O que pretendem fazer? Voltar e chorar aos seus pais? Falar que não querem ver a realidade? Chore, chore! CHORE!
E vão embora daqui!

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Meu tempo é

Oh Capitan, my Capitan!
Meu tempo... É quando?
Meu tempo é quando.
A vida saiu do meu controle?
Oh Capitan, o que eu faço?
A morte se aproxima
A neblina já não encobre o penhasco
Assustadoramente alto
Oh Capitan, estou com medo!
O calor humano é o que me sobrou,
Apostilas ridículas
E vidas medíocres
Oh Capitan, obrigada
Por me ensinar a viver
Por me fazer perceber que
Meu tempo é quando!


pequena homenagem para aqueles que a merecem.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Sofrimento

Sentado, ele observava o reflexo dos raios solares naquele brilhante lago. O calor escaldante só era suportável por causa das brisas ocasionais que levavam o seu cabelo displicentemente desarrumado. Sentiu uma vontade incontrolável de mergulhar nas profundezas daquela água. Pulou. Tomado pelo impulso mergulhou. O mais fundo que a sua coragem o permitiu. Quanto mais longe do mundo ficava, melhor se sentia. Emergiu da água e muitos o observavam. Mergulhou pela última vez. Sofrendo a cada inspiração. Engolindo cada gota de água. Sufocando-se. Matando-se.

sábado, 1 de dezembro de 2007

Aspas

Palavras não resolvidas são levadas pelo vento. Leve-as, vento leve-as! Para bem longe de mim e para bem longe de você... Não posso mais falar com você, já que me ignora. Sua ignorância chegou ao limite que posso suportar. Tenho “amigos” de todos os tipos. Não quero mais esses “amigos”. Quero apenas os bons amigos. Aqueles que não precisam de aspas. Aqueles que suportam a verdade. Aqueles que sorriem de verdade. Aqueles que conseguem falar. Aqueles que não precisam ser falsos. Aqueles que não usam máscaras ridículas comigo. Aqueles que usam máscaras apenas quando próximas de pessoas como você.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Nazismo?

Entrei para fazer a prova, sentei-me na carteira após falar vinte minutos com a Akemi e com o Alex. Olhei para a carteira estranha e assustei-me ao ver uma suástica desenhada. Suportei ao impulso de levantar e pedir para que trocasse a cadeira. Sentia um peso enorme dentro de mim... Uma suástica? A pessoa que desenhou isso sabe o que ela significa? Nazismo? No Brasil? Nos anos 2000? Se antes já era ridículo, agora se tornou pior ainda! Como alguém consegue ser nazista?
“Quem é que usa cabelinho na testa
E um bigode que parece mosca
Só cumprimenta levantando o braço
Ê, ê, ê, ê palhaço!”

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Questão de confiança

Não confio mais. Nem em você, nem em mim... Não sei mais como é ser feliz. Poder dizer a alguém como eu me sinto... Nem eu papel posso. Você me traiu de tal forma que hoje olho para todos os lados antes de respirar. Não confio mais.
Você, ridículo. Você, ordinário. E eu... Mais ridícula e ordinária que o mundo inteiro... Uma combinação absurda que só poderia resultar nisso: mágoas. E é isso. O fim.

sábado, 24 de novembro de 2007

Ignorando

Sentei-me pensando em escrever qualquer palavra boba, qualquer palavra chula, qualquer palavra estúpida... Vieram então, lindas palavras na minha mente. Tão lindas quanto você...
Fui escrevendo a raiva que eu sentia com palavras tão lindas quanto o amanhecer. O seu sorriso não apareceu para me acolher e o frio veio em meu coração se esconder...
Eu realmente cheguei a acreditar que poderia me revoltar contra você... Mas você me dominou. Com a sua alegria e amizade... Ou era isso que eu pensava ter...
Palavras chulas é o que você merece. Não merece nem as minhas outrora cortantes ironias. Meu desprezo eterno é aquilo que têm agora.
Daquele que eternamente ignorará a sua presença.

domingo, 18 de novembro de 2007

Sonho

Acordei um dia com a minha vista muito embaçada... Vi um coelho correndo... Ou será que era apenas o meu urso parado no canto do quarto?
Quis entrar em um pequeno buraco que encontrei quando lia o meu livro... Mas eu não passava por ele. Um rato entrou correndo e eu percebi que estava acordada.
Fui tomar café e quase pedi um cigarro. Lembrei-me então que eu não fumava. Pensei em falar com alguém estranho em um café qualquer... Então me veio que seria um pouco arriscado fazer isso aqui, no mundo real.
Pedi mais um café e pensei em sair sem pagar. Lembrei-me que tinha ética e que tudo traria conseqüências mais drásticas aqui, no mundo real.
Paguei e sai. Pensei em correr pela rua, mas me lembrei que as pessoas reclamam de tudo e de todos.
Pensei que poderia ignorá-las, mas não queria ser um ignorante aqui, no mundo real.
Cheguei a pensar que poderia dormir e voltar à sonhar. E hoje eu só sonho. O mundo para mim não é mais real.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Corações

Entrou na sala de cirurgia mais uma vez... Seu coração acelerando enquanto o do paciente parava...
Voltou para a casa sentindo-se péssimo. Via o mundo caindo ao seu redor... Sentou-se, esparramado no sofá e começou a chorar. Suas lágrimas eram poucas, mas suficientes para que não conseguisse falar.
Não agüentava mais ver as pessoas morrendo ao seu redor! Seria tão mais simples se ele fosse insensível... Desejou não ter coração como todos nós.
E assim, morreu a última esperança humana.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Hoje

O choro hoje me consola
Hoje o riso não me serve
Hoje nem um sorriso preservo

O choro hoje é meu amigo
E meu inimigo é quem ri
Hoje quem sorri me machuca

Hoje quem chora é o cavaquinho
Hoje mantenho meus amigos distantes
E meus inimigos por perto

Hoje choro lágrimas que já nem existem mais

Hoje nada mais é triste
Hoje quero rir
Mas todos querem chorar

Hoje
Hoje quero sentar e chorar
E amanhã já quero levantar

Hoje você não sabe do que está acontecendo
Amanhã percebe que estou chorando
E como se fosse meu amigo, vem me ajudar.

Hoje eu não quero olhar pro seu rosto
Hoje eu só quero conversar com uma pessoa
E hoje você pode ter a certeza de que não é com você.

Hoje eu não quero ouvir o que você vai me dizer
Hoje eu não quero escutar o mesmo papo-furado de sempre
Hoje eu preciso de um ombro amigo

E a partir de hoje, esse ombro-amigo não será você.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Palavras...

Palavras...
Sentiu o vento levar os seus cabelos e percebeu que não sabia mais como se expressar....
Palavras...
Seus pensamentos formavam imagens e não palavras.
Palavras...
Descia a rua sem falar com ninguém.
Palavras...
A rua estava cheia mas não havia palavras em sua mente
Palavras...
Um senhor a parou para saber as horas.
Horas?
Vasculhou seus pensamentos a procura de palavras...
Palavras...
Qualquer que fosse a
Palavra...
O senhor ainda a olhava
E ela ainda procurava
Palavras...
Finalmente sorriu e disse que eram 5:10
O homem agradeceu com palavras desconhecidas.
Palavras...
E foi embora com algumas palavras estranhas na cabeça
"Todo mundo deveria ler pensamentos"
Foi o que desejou no momento em que lhe faltavam as palavras



texto ruim que postei só por causa da brincadeira de fazer um texto com uma palavra que te falaram... (fazer isso todo o dia? quem sabe...)

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Cow Parade

Estava na FNAC da Avenida Paulista. Era o ano de 2005 e a exposição denominada “Cow Parade” chegara à cidade de São Paulo. A vaca tinha o nome de Pollyanna.
As pessoas passavam desatentas pela vaca, não lhe davam atenção. As poucas que olhavam contemplavam-na por segundos. A estátua era muitas vezes confundida com uma mera propaganda da loja.
Os adultos paravam apenas para segurar as crianças que corriam em direção a tão coloria vaca. Talvez fosse a distração ou então a falta de informação que causava aquilo.
É estranho o pouco valor dado às obras de arte, como mostrou a experiência que fez um grupo de arte que colocou sacos plásticos nas estátuas da rua geralmente ignoradas pelos transeuntes. Quando cobertas todos olhavam e se perguntavam o que ocorrera.
Conheço muitos que, lendo isso, diriam que é “porque o Brasil não tem cultura”. Eu sinto pena ao ouvir isso e saber que se essa idéia tivesse sido posta em prática no exterior todos iriam adorar.
O que eu acredito que falta ao brasileiro é um toque de orgulho. Algo que o faça olhar uma estátua, um quadro ou uma vaca e dizer: “o Brasil é um país de artistas”. Por mais patriota que eu seja eu consigo ver isso em outros países.
Poucas pessoas repararam nas vacas e um número menor ainda delas se entusiasmou com elas. As vacas da exposição se tornaram mais um objeto do cotidiano das pessoas. Não uma obra de arte e sim um obstáculo, algo que barrava entradas e caminhos.
As pessoas deveriam parar de correr tanto e começar a perceber a beleza de cada dia. Perceber que cada dia que elas vivem pode se tornar uma obra de arte. Pelo menos para elas.

domingo, 28 de outubro de 2007

Rendição

Sinceramente, eu não consigo mais olhar nos seus olhos e sentir-me bem ou feliz. Sinceramente, eu só quero lhe esquecer. Sinceramente, saia da minha vida pois eu não quero mais lhe ver.


Eu, querida, cheguei a pensar que a nossa amizade pudesse durar. Eu jurava que sentia isso também.

Carta de rendição.
Sim. Eu me rendo. Eu, que me achava uma pessoa forte e segura. Eu. Eu.
Sinto-me incrivelmente mal ao fazer isso, mas sinto também que muitas vezes um orgulho deve ser quebrado.
Vejo-me dobrado diante de tantas idéias e confusões que surgem na minha cabeça. Faço demasiado esforço pra controlar-me diante de tanta opressão. Tanto esforço que já não agüento mais. E me rendo.
E choro escondido para que ninguém venha a observar-me. E sinto que estou escondendo algo de todos mas nem me importo mais. Estou rendido. Gemendo ao menor sinal de grito. Quebrando ao menor movimento agressivo. Não só seu. De qualquer um. Eu me rendo.
Podem me bater, xingar, mandar eu calar a boca. Ou seja lá o que quiserem. Estou rendido. Podem falar mal de quem bem entenderem. Eu não vou mais gritar para ser ouvido. Estou rendido.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Tristeza, tristeza

Pseudo-paródia de "Alegria, alegria" de Caetado Veloso

Caminhando, tá chovendo
To cansado e correndo
Na garoa de setembro
Eu fico...

As gotas batem no lixo
Carro, shopping... Buzinas
Em grandes avenidas
Eu fico...

Entre Contigo e Caras
Em baixo daquele sudoku
Em vidas, novelas, feiras
Guerra e filme pornô

O Chico Bento na praça
Me enche de alegria e nostalgia
Quem lê tanta fofoca...
Eu fico...

Por entre roubos e assaltos
Do Luciano e “as pessoas”
Com o peito molhado na chuva
Eu fico...
Por que sim, por que sim

Ela só gosta de história
E eu me interesso por fofoca
To cansado e correndo,
Eu fico...

Eu tomo uma H2OH
Ela pensa na história
E uma celebridade me consola
Eu fico...

Por entre roubos e assaltos
Sem ROLEX e sem almoço
Sem cueca, sem grana
Na garoa daqui...

Ela nem sabe que eu queria
Participar do Show do Tom
A chuva vai caindo...
Eu fico...

To cansado e correndo
Nem um relógio no pulso
Eu quero seguir sorrindo, ladrão
Eu fico... (por que sim, por que sim...)

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Sorriso

Sorriu o sorriso mais sarcástico que pôde e foi o que bastou para que explodissem ridadas. O seu sorriso era a sua arma. Bastava sorrir que todos descobriam o que queria dizer. Quem precisava de palavras?
Dizem que os olhos são as janelas da alma. Os seus, porém, eram vazios. Equilibravam-se com o seu sorriso que tudo expressava. Seu rosto harmonioso sorriu para mim com uma doçura impressionante...
Surpreendi-me quando não encontrei seu sorriso na rua... Talvez o rosto sem sal fosse uma séria proteção...
Sorriu um sorriso sem graça quando trombamos e continuou a caminhar...
Sorriu o sorriso mais falso que pôde e percebi que representava a própria humanidade.
Viveu para sempre nesse mar de falsa felicidade. Sorrindo o que não sentia.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Professor

Pára tudo!
Alguém abriu a minha mente!
Pára tudo!

Eu olho para todos os lados
Mas não consigo saber quem foi.
Alguém chama o meu nome
E diz que foi o professor.

Acho estranho
Observo atenta aquele que está a minha frente
Minha cabeça está diferente
Amadureceu muito em pouco tempo
Quero voltar à infância
E quando tento, sou barrada.

Pára tudo!
Alguém abriu a minha mente!

sábado, 13 de outubro de 2007

Amor

Inspirado na fala de Al Pacino no filme "O Advogado do Diabo" quando Keanu Reeves lhe pergunta sobre o amor:
-Superestimado! Bioquimicamente não é diferente de comer grandes quantidades de chocolate...


Você diz que ama a todos.
Vai namorado, vem ficante.
A todos você ama.

Me disseram que o amor
Não é um sentimento especial
Não sei dizer.
Nunca o senti
E é claro que nunca menti

O amor não passa de bombons
Não posso comer
Que tenho alergia

Não sinto alegria
Quando encontro você
Como se não bastasse
Não tenho prazer.

sábado, 6 de outubro de 2007

Qual é a poção?

-Como você é gentil!, ironizou a garota que estava farta de conviver com aquelas pessoas...
Aquele tipinho ordinário e sempre feliz ou então, aquele tipo que acha que a vida depende de um "amor"...
"Ah... 'Amor'... Tá bom!", pensou a menina enquanto caminhava pela avenida Paulista. Sempre fazia sol de sexta-feira e isso a irritava. Nem o sol a agrava mais. Ela não conseguia acreditar que aquelas pessoas andavam felizes e sem razão para ser.
"Ser...", murmurou. Alguém nesse mundo ainda é algo?
"Não", respondeu. E "não" foi o qua a acompanhou em sua morte:
"Não, a humanidade não tem solução"

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Die Brücke

Grito! Horror! E medo!
Ele gritava, pedia ajuda e chorava!
Ninguém o ouvia
A escuridão o encobria
A vida injusta o destruira...
Ele nem ouvia mais...
Gritava apenas
E sentia-se um lixo pela sociedade
Tinha vontade de pular da ponte!
E continuava a gritar...
Até mesmo quando a rouquidão o atacou...
Saiu correndo e gritando
Acordando a todos com seus berros estridentes
Ele não tinha outra expressão
A não ser aquela de pavor
Ele já não sabia se existia
Mas seu vizinhos sim.
Acordados e muito perturbados
Saiam na rua e o avistavam...
Uma figura borrada
Foi tudo que seus olhos lacrimejantes permitiram ver
Uma figura que chorava a tragédia da vida humana
O desespero e o horror.
Que chorava por todos eles
Chorava todas as lágrimas que deixaram de ser derramadas
Gritava toda a dor que fora sufocada.
Uma cena que suas mentes criaram
Uma figura que os destruia...
Afinal, alguém devia se manifestar naquele mundo doentil...

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Problemas

Eu só vejo desgraça!
Até na risada mais pura eu vejo horror!
"Cansei, sabe!" foi o que eu disse quando vieram me perguntar se estava tudo bem... Cansei de ouvir essa pergunta falsa e cansei de ouvir a mesma resposta mais falsa ainda.
Eu não tenho um amigo sequer que me responda que não está tudo bem. Será possível que tudo sempre esteja perfeito para todos?
Qual é o problema das pessoas?
Se eu respondo que eu não estou bem ninguém sabe o que fazer... Qual é o problema das pessoas?
O problema é que Bob Esponja é mais divertido que a vida delas. Elas querem ser, agir e viver como ele.
O problema [e que as sátiras das séries de TV são mais legais! Tudo bem que são sátiras à vida das pessoas....
Qual o problema das pessoas?!
E eu estou começando a achar que o problema sou eu.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Olhares

O brilho daquele olhar me assustava. Era vivo e intenso. Ele olhou para mim e senti meu corpo se estremecer. Aqueles negros olhos eram como a noite e o brilho, suas estrelas. Aquele brilho falava comigo, eu sentia o que eles sentiam quando eu os olhava. Eles eram tão profundos que faziam eu me sentir envolvida por um calor intenso que ninguém mais poderia me dar. Mas o que faz você tão especial é o modo como consegue me deixar tão bem com o calor do seu olhar e logo depois fazer com que eu me sinta melhor ainda quando seus olhos param de emanar calor e falam com muito sarcasmo. Adoro o brilho malicioso, o frio, o quente e oseu sorriso que sempre combina com o seu olhar. Adoro o seu coração de pedra que só eu, o papel daquele jogo que não me lembro o nome, consigo envolver. Adoro seus olhos negros e raros como petróleo. Sinto-me tão vazia quando não encontro seus olhos nem a sua ironia... Que o brilho dos seus olhos nunca se perca, pois não sei mais viver sem a "luz dos olhos teus".

domingo, 23 de setembro de 2007

Paciência

Paciência.
Onde ela está?
Aquela coisa que eu costumava sentir...
Não a encontro mais!

Perco a cabeça.
Xingo mentalmente...
A vida continua
E a pressão só aumenta!

Olho pro nada,
Sorrio pra tudo,
Odeio todo mundo...
As nuvens não me interessam!

O sol se põe
E a vida também
Nada me alegra
E eu nem me importo mais!

Prefiro morrer impaciente
Do que viver te esperando.

sábado, 22 de setembro de 2007

Caminho colorido

“Será que existem árvores com flores no caminho da sua casa?” – disse a garota, pensativa. De fato, tudo parecia sujo e sem vida aquele dia, mas de uma maneira muito estranha, ver aquela menininha andando com uma flor no cabelo fez um sorriso aparecer em cada pessoa que andava na rua. Era uma cena bonita: um grupo de amigos que apesar de estar realmente triste, não demonstravam essa tristeza e isso parecia limpar a cidade. O grupo parou no shopping para tirar fotos para um tal vestibular... Era um grupo de jovens de seus 15 ou 16 anos. Era um grupo grande. O grupo saiu e foi em direção à Casa das Rosas. A garotinha com a flor no cabelo ainda sorria, e foi então que eu ouvi que eles teriam prova no dia seguinte. E o que eles faziam ali? Com uma rosa na mão? E o sol a pino na cabeça? Andaram em direção à não nomeada casa e lá tocaram violão e assistiram ao pôr-do-sol. E a melancolia bateu. E a rosa murchou. E no dia seguinte a rotina retomada foi. Mas ainda existem flores no caminho daquela casa.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Baralho

- Construí esse castelo com os meus braços – disse a bela criança com os olhos brilhando
E de repente, o vento soprou e derrubou todas as cartas que ergueram o outrora belo castelo de sua vida.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Otimismo

"Amanhã
Outro dia"

E o dia nasceu e eu tive a certeza de que tudo ficaria bem (assim como eu a tive ao respirar o ar "puro" da Avenida Paulista em uma sexta à tarde).
Parece que faz tempo que uma amiga me disse que de sexta-feira tudo parece mais sujo... Mas apesar da imundice das calçadas eu pude sentir que ainda havia paz dentro do meu coração.
Andando em direção ao Itaú Cultural, sentindo o vento e ouvindo o barulho dos carros eu percebi o quanto eu adorava estar ali, andando na rua com os meus amigos. Entrar na Casa das Rosas e ver a exposição do Itaú... Sem pensar em provas nem nada do gênero... Era maravilhoso.
Comprar um presente para uma pessoa que eu não conheço e depois jantar com uma amiga que não estuda mais comigo. É simplesmente magnífico. Andar pela Paulista em plena terça-feira à tarde só para ver a exposição do Masp, acabar tomando um café e dar de cara com uma mulher que reclamava da falta de humanidade dos motoristas de ônibus e de muitas pessoas.
E depois de tudo o que aconteceu, do acidente que ocorreu eu tenho certeza (depois de muito pensar e depois de muito tempo olhando pro nada) de que esses dias voltarão a existir. Não só para mim, mas para todos que estão envolvidos nisso. Especialmente o Kuratomi.

sábado, 8 de setembro de 2007

Faróis

Isto está mesmo acontecendo?


Corre carro, corre
Me sinto tiste
E muito vazia

Corre carro, corre
Pessoas andando
Parque

Corre carro, corre
Amigos um dia
Família preocupada

Corre carro, corre


Se não fez sentido pra você, esqueça, pois fez todo pra mim...

sábado, 1 de setembro de 2007

Relógio

Inspirado no poema "Os Sapos" e no coelhinho da Alice no país das maravilhas...
Espero que gostem....


Eu preciso de tempo!
Tic-tac
Eu preciso de tempo
Tic-tac
Tempo
Tic
Tempo
Tac
Tem
Tic
po
Tac
.
.
.
Ele vai escorrendo pelos meus dedos
Tic-tac
Ele vai se cansando de mim
Tic-tac
Ele vai correndo
Tic-tac
Com medo de mim
Tic-tac
Tic
Tac
Eu preciso de você
Tic
Mais do que qualquer outra coisa
Tac
Eu preciso de você
Tic-tac
Para poder dizer
Tic-tac
O quando eu preciso de outras pessoas
Tic-tac
Eu
Tic
Preciso
Tac
Tic...
Tac....
Tic
Tac...
De alguém
Tic...
E o tempo pára
Alívio para os meus ouvidos
E caio morta no chão
Sem tempo pra nada
Tic-tac

domingo, 26 de agosto de 2007

Da escravidão à globalização

A escravidão acabou e a globalização já começou. Não há mais algo que possa separar o ocidente do oriente afinal, a cultura é um mero acidente. O Iluminismo, corrente filosófica do século XVIII, dizia que todos os homens, independentemente de sua raça, religião e opinião política, são iguais e devem ser respeitados sem nenhum tipo de preconceito.
O preconceito, especialmente o racial, ainda está presente nos dias de hoje. O nazismo e o fascismo trouxeram-no à tona no século XX. Estas ideologias pregavam a superioridade das pessoas de pele clara e cristãs. Ainda não havia sido possível apagar todas as marcas deixadas pelos anos de escravidão e ficou mais difícil fazê-lo após a segunda guerra mundial.
faz muito tempo que o trabalho escravo não existe e, mesmo assim, parece complicado aceitar o outro a sua maneira. São vários outros fatores, além desse que causaram o que é chamado de xenofobia (medo daquilo que é diferente). Com a globalização, isso deveria acabar e, de fato, as pessoas aceitam melhor a diversidade cultural.
Hoje, não existe muito o que distingue o oriente do ocidente, além do significado dessas palavras. A língua, como a cultura de um povo é acidental, já que ninguém as escolhe. Assim como o sol forma um ciclo contínuo ao nascer e se pôr, a cultura desses extremos devem dar e receber diferenças que as valorizem.
"Liberdade, igualdade e fraternidade" é o lema da Revolução Francesa da época do Iluminismo. Para que isso se torne possível, porém, é preciso que haja respeito. As diferenças são importantes para que a sociedade desenvolva artistas, pensadores e cientistas. Se todos eles tivessem o mesmo raciocínio e não houvesse discordância, estes não existiriam já que eles são os formadores de opinião.
A convivência com tantas diferenças não é complicada quando há respeito. A globalização torna tudo mais simples e as opiniões são realmente importantes para tornar o mundo um lugar mais unido. O nazismo foi uma ideologia que colocou muito a perder, mas agora tudo está sendo recuperado.


Redação do ENEM, com alterações na conclusão que ainda assim, ta uma porcaria.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Desisto

“Hoje eu vou inventar
O antitelejornal
Pra passar só o que é belo
Pra passar o essencial”
(“Antitelejornal”-Skank)


Cansei.
É só tragédia, horror, exploração e escândalo.
Cansei.
Quero a alegria da minha vida. Aquela alegria infantil que costumava sentir...
Quero-a de volta!
Não, eu não quero revolução... Não é nada disso... Só quero de volta o que me foi tirado...
Às vezes acho que a alienação é um bom caminho para reconquistá-la...
Não quero mais saber de nada! Não quero ver um político nos xingando. Não quero mais ver nada.
Quero ser feliz.
Quero ligar a televisão e ver Padrinhos Mágicos pensando que tudo um dia poderá ser resolvido com um pedido.
Eu quero ver só o que o mundo tem de bom!
Quero saber quem nasceu e não quem morreu! Quero ver aquela família que se ama e não aquela que se destruiu! Quero ver o avião que decolou e pousou sem nenhum problema não o que se chocou com o prédio da TAM! Quero ver a felicidade não a angústia ou o sofrimento!
Eu quero a minha alegria de volta!

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Acordar

Sempre sonhei
Com a paz
E com a alegria.
Cheguei a acreditar
Na harmonia

Mas de repente
O sonho acabou
E a vida estancou

E eu segui sempre
Sempre pensando assim:

A vida acaba
O sonho acaba
A carne acaba
O que é eterno?

Nosso amor não é.
Nosso sonho não é.
Nossa vida não é.
Nada é.

Mas ainda sonho.
Ainda amo
E ainda sinto.

Só sonhei
Pra te esquecer
Só chorei
Para lembrar
Que ainda posso amar.
Respondendo ao anônimo: eu queria fazer uma crítica ao romantismo... Já que o personagem acaba se frustrando pela idealização de uma mulher...

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Romantismo

O silêncio impregnava o lugar
O desconforto era evidente.
Mas com um sorriso, o ruído inexistente.
Virara música e de repente,
Virara paixão:
A dança quieta do casal...
“Sede feliz com ela”
Enquanto, eu...
Fico preso naquele varal
E trabalho, trabalho...
Puxando a carroça da vida
Sem música nem sorriso
Sem sonhos nem platonismo...

Vida cruel! Queria jogar-me desta ponte
As pessoas não merecem minha companhia
Faço mal a elas e...
“O que ela bebia?”
Ah, champanhe!
Como estava linda naquela noite
Sorrindo para mim
Dançando abraçada comigo...
Mas... Acho que não foi este o fim.
Não acabou tudo assim
Ela me abandonou
Deixou-me sem um amigo
Mas, quer saber? Eu não ligo!

A vida é mais que uma mulher
É mais que o sorriso do ser amado
É a cada dia respirar livremente
É a cada dia...
“Levantar a cabeça e seguir em frente”
Ela dizia sempre...
Que não ligava para o que pensavam.
Ela simplesmente
Fazia as pessoas entenderem
Que era ela e não iria mudar...
Sorrindo ou chorando!
Nossa! Mas como seus olhos eram lindos!
Rindo eles brilhavam tanto...
E fazia seu rosto se iluminar...
Mas ela me deixou
Por alguém mais rico e poderoso
Alguém que nem o nome sei!
Alguém que não se lamenta
A um papel em branco...

domingo, 12 de agosto de 2007

Para Onde?

Para onde está indo o Brasil?
Está sendo soterrado pelos destroços de um acidente ou ofuscado pela própria beleza?
Para onde está indo o Brasil?

Onde está a felicidade do brasileiro?
Entre o mensalão e o caos aéreo ou no samba do baiano?
Onde está a felicidade do brasileiro?

Onde está a ordem do Brasil?
Na Câmara dos Deputados ou no gabinete do prefeito?
Onde está a ordem do Brasil?

Onde está o progresso do Brasil?
Na “auto-suficiência” em petróleo ou no Cristo Redentor?
Onde está o progresso do Brasil?

Para onde estamos indo?
Para um profundo abismo ou para uma grande montanha?
Para onde estamos indo?

Onde está a vergonha dos governantes?
Em algum lugar perdida no oceano ou nos rostos desconhecidos de alguns representantes?
Onde está a vergonha dos governantes?

Para onde está indo o Brasil?