apalavreado

adj.m. 1.aquele que não consegue descrever com palavras, 2. eu, 3. você, 4. os humanos em geral

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Maré

Mar é sal
Sal é lágrima
E suas lágrimas, doces

Seu choro é a minha alegria
Sua alegria não existe
O que existe é besteira

A besta é você
Seu rosto virou pedra
E as ondas batem em você

Olhe só!
A maré aumenta
Morra na sua própria agonia

Mar...
É melancolia
É saudade do tempo em que nos amávamos

A maré agora está calma

Mas o mar ainda é.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Mágica

As estrelas começavam a cair. Cair ao redor do seu corpo. Ele subia dando o seu máximo e o brilho ao seu redor era das estrelas. Elas o protegiam. Como se tivessem uma mágica própria. “Milagre”, gritou um homem depois da apresentação do outro no lenço. “Milagre!”
“Ei! Você! É você ai com a máquina! Lembra daquele milagre que eu te falei?”
“Pois é, não aconteceu”
*Brilha onde estiver*
Não há de ser nada, pois sei que a madrugada acaba, quando a lua se põe
O abraço de vampiro é o sorriso de um amigo e mais nada
Não há de ser nada, pois sei que a madrugada acaba, quando a lua se põe
A estrela que eu escolhi não cumpriu com o que eu pedi
e hoje não a encontrei
Pois caiu no mar, e se apagou
Se souber nadar, faça-me o favor
O milagre que esperei nunca me aconteceu
Quem sabe é só você
Pra trazer o que já é meu

Brilha onde estiver
Faz da lágrima o sangue que nos deixa de pé

(O TEATRO MÁGICO – SHOW DE 4 ANOS)
Surpresas e mais surpresas...
Pois é, o milagre pode não ter acontecido. Mas o show fez e aconteceu.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Chega

Xingamentos correram de boca em boca.
"Pervertido" - disse a moça ruiva que subia a rua Augusta após ser chamada de prostituta. "Filho da Puta!" disse o motorista quando uma moto passou correndo e arranhou seu precioso carro. "Sorria e diga que ama o governo! E de modo algum faça alguma crítica!" - disse a repórter antes de iniciar a entrevista. "Calem-se!" - era o que suplicava o estudante farto de ouvir aquilo tudo.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Gritem!

Horror! Quanta ignorância no ar...
- Um chato a menos! – eu ouvi falar.
- Podem gritar!! – respondi – A chata agora, é mais uma no mundo e vocês, vocês não podem mais despreza-la!
Vão ter de lutar! Com e contra ela. E agora? O que pretendem fazer? Voltar e chorar aos seus pais? Falar que não querem ver a realidade? Chore, chore! CHORE!
E vão embora daqui!

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Meu tempo é

Oh Capitan, my Capitan!
Meu tempo... É quando?
Meu tempo é quando.
A vida saiu do meu controle?
Oh Capitan, o que eu faço?
A morte se aproxima
A neblina já não encobre o penhasco
Assustadoramente alto
Oh Capitan, estou com medo!
O calor humano é o que me sobrou,
Apostilas ridículas
E vidas medíocres
Oh Capitan, obrigada
Por me ensinar a viver
Por me fazer perceber que
Meu tempo é quando!


pequena homenagem para aqueles que a merecem.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Sofrimento

Sentado, ele observava o reflexo dos raios solares naquele brilhante lago. O calor escaldante só era suportável por causa das brisas ocasionais que levavam o seu cabelo displicentemente desarrumado. Sentiu uma vontade incontrolável de mergulhar nas profundezas daquela água. Pulou. Tomado pelo impulso mergulhou. O mais fundo que a sua coragem o permitiu. Quanto mais longe do mundo ficava, melhor se sentia. Emergiu da água e muitos o observavam. Mergulhou pela última vez. Sofrendo a cada inspiração. Engolindo cada gota de água. Sufocando-se. Matando-se.

sábado, 1 de dezembro de 2007

Aspas

Palavras não resolvidas são levadas pelo vento. Leve-as, vento leve-as! Para bem longe de mim e para bem longe de você... Não posso mais falar com você, já que me ignora. Sua ignorância chegou ao limite que posso suportar. Tenho “amigos” de todos os tipos. Não quero mais esses “amigos”. Quero apenas os bons amigos. Aqueles que não precisam de aspas. Aqueles que suportam a verdade. Aqueles que sorriem de verdade. Aqueles que conseguem falar. Aqueles que não precisam ser falsos. Aqueles que não usam máscaras ridículas comigo. Aqueles que usam máscaras apenas quando próximas de pessoas como você.