apalavreado

adj.m. 1.aquele que não consegue descrever com palavras, 2. eu, 3. você, 4. os humanos em geral

sábado, 29 de novembro de 2008

Onde está a esperança?

Tinha uma flor no meio do caminho.
No meio do caminho tinha uma flor
Tinha uma flor
No meio do caminho tinha uma flor

Nunca me esquecerei desse acontecimento
Na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
Tinha uma flor
Tinha uma flor no meio do caminho
No meio do caminho tinha uma flor...

Até que alguém a destruiu... E então, pedras nasceram na rua.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Poética

Queria poder fazer um poema
Sobre coisas belas e felizes
Mas apenas consigo pensar em
Tragédias sem fantasia alguma.

Um poema é difícil de se fazer
Às vezes difícil de se entender.
Complicado mesmo é entender
O real motivo de se escrever.

Alguém que não tem o que fazer, escreve
Como o mais belo passatempo. E o poeta,
após reler seu poema acaba pensando:
não é que escrevi sobre coisas belas?

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Massas

Puft: a bolha explodiu.
Muitas pessoas começaram a entrar desordenadamente em sua vida.
O caos entrou fazendo o maior escândalo... E tudo porque uma bolha estourou.
Tentou andar em linha reta, mas não podia. Em todos os cantos (cantos? mas na bolha não havia cantos) tinham pessoas. Mal podia se mover.
Cansada, deixou que a multidão o levasse...
Morreu logo em seguida, porque muito carboidrato faz mal.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Cartas

O vento levou todas as cartas que estavam abertas na mesa.
Elas rodopiaram ao redor dela e voaram para longe.
Talvez assim que deva ser o futuro:sempre distante de tudo o que nossa imaginação pode criar.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Conversas

Conversar é algo que o ser humano não se cansa de fazer... E eu me coloco como uma fanática por conversas... Sério... Afinal, por qual outro motivo esse site se chamaria "Blá. Blá. Blá."?
Desde pequena sempre fui essa pessoa curiosa e sempre gostei de conversar e divagar (desde que me entendo por gente?*piada interna*) e sério, a cada dia eu gosto mais de trocar idéias e tals... Porque assim, é muito batuta conversar com pessoas mais novas mentalmente, digamos assim... Tenho uma amiga que jura ter 16 anos quando eu acho que ela parou nos 10... Mas é interessante ver as diferentes reações e modos de encarar as dificuldades...
[talvez isso seja mal de humanóide (antropólogos malditos!), mas adoro observar isso... chego até a observar como a minha forma de encarar as coisas mudou durantes toda a minha vida...]
Conversar com gente mais velha é genial... Bom, depende também... Conversar com meus pais é super, com meus professores também... Mas sempre tem um idiota que acha que porque é mais velho, sua opinião vale mais...
Só uma divagação...

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

A última romântica

Ah, o céu é azul
Ah, a grama é verde!
Ah, borboletas voam!
Ah, pássaros cantam!
Mas ah, estamos na cidade...
A menina sentada na sargeta segurava uma rosa vermelha cor de sangue. Eu apenas a observava brincar com a flor nos seus dedos. Talvez tenha espetado uma ou duas vezes o fino dedo em algum espinho, mas ela não se importava mais...
A dor que sentia pelo pequenino furo era insignificante perto da dor que sofria dia após dia... Sem querer, deixou uma lágrima escorrer. E outras acompanharam a primeira. Seus olhos porém não ficaram inchados ou avermelhados. Como isso? Era o romantismo que tinha se infiltrado em seu sangue. Ela acordava, como nos filmes, toda arrumada e sempre perfeita. Ou pelo menos isso era o que queria que pensássemos.
Ergueu o rosto e encarou os carros em alta velocidade. Levantou-se e, com raiva, jogou a rosa no chão. Nem preocupou-se em pisar e destruí-la. Simplesmente deixou que ela apodrecesse aos poucos, porque o instantâneo é sempre muito mais assustador.
Levantei e peguei a rosa... Pensei: será que a chamo? E achei melhor deixar a rosa morrer por vontade própria então fui embora deixando a flor decidir o destino daquela última romântica.

domingo, 9 de novembro de 2008

Carta a um poeta

Caríssimo Álvaro,
você é uma pessoa incrível, mas não posso deixar de ficar surpresa ao escutá-lo dizendo que todas as cartas de amor são ridículas. Não, as cartas de amor não são ridículas. Ridículo é acreditar que existe amor. Ridículo é pensar que você viverá melhor com alguém ao seu lado. Você, com todo o meu respeito, é ridículo. Vocês, poetas, são pessoas (se é que podemos chamar seres tão (supostamente) superiores de pessoas) ridículas. Que ainda acreditam no amor. Só falta me dizer que acreditam na paz! Sinto muito, mas até mesmo acreditar no Papai Noel é mais aceitável que acreditar no amor. Se bem que o Papai Noel é uma figura feita de amor... Mas isso não vem ao caso... Metade das coisas que escrevo, não sinto. E a outra metade é falsidade. Nunca escrevi, posso te garantir, carta mais sincera que esta que te encaminho. Por mais que seja uma carta feita por uma pessoa sã, o destino que darei a ela é doentio. Você é doentio. Perdoe-me por dizer isso a você, mas me sinto na obrigação. Você e seu “amor”. “Amor” próprio, aliás. Seus poemas só falam de você e da sua relação com as outras coisas. Não está na hora de mudar? Você fica ridículo chamando tudo de ridículo. É ridículo. Espero que me compreenda.
De uma admiradora (de ridículos).

sábado, 8 de novembro de 2008

Continue a história

by Mari e Paula em 2007
"Era uma vez, uma menina de coração amargurado; seu nome era Marcela e ela vivia com rancor de tudo e de todos. Em um dia de sol, enquanto reclamava do calor, ela encontrou Paula, que, como ela era reclamona. Não tanto, porém, como Mariana, uma garota ranzinza e feliz, que repentinamente chamou as outras duas problemáticas para começar a dançar "lacucaracha". Foi então que perceberam que a problemática era Paula, que com suas artimanhas fazia todos se parecerem com e ela e com isso o mundo ficaria bem melhor. Mariana se apaixonara por Felipe e Marcela por Thiago, ficando Paula com o Lino só pra si. Foi ai que apareceu Boina e juntou-se à dança feliz das garotas. Ele parecia uma menina nos desenhos da Mari, então decidiu vingar-se, espalhando pelo colégio que ele sabia cozinhar e... Ah, é claro! Que a Mari amava o Felipe. Isso era mentira, mas com o boato, ele separaria Felipe de sua amada Taís e todos os dias seriam bonitos, afinal, com a Taís solteira, o Boina poderia jogar sua melhor cantada que era: "seu pai trabalha na feira? porque você é um chuchuzinho ;]"
Taís não demorou a dar um fora nele e voltar com o Felipe e a Mari ficou feliz por eles e também por Paula que aproveitou a confusão para cantar Lino, mas então ela deu um fora nele e fez cookies para os amigos. Mari, que fingia acreditar no fim do caso de Lino e Paula, mantinha o segredo como uma boa amiga. Mari acordou em um dia frio e disse no meio da aula do Felipe que o amava. No tom mais irônico que pôde e todos deram risada. Menos Paula, que sabia que o tom irônico era ironia e Mari assumiu isso a ela em confissão. Mas a ironia do seu tom irônico era irônica! Paula estava confusa e disse à Marcela que a Mari não sabia fazer ironia (sem sarcasmo nenhum). Marcela não entendeu e ignorou, começando a dançar mais lacucaracha. Neste instante, Paula percebeu que ela era quase tão retardada quanto Mari, mas que ambas não chegavam ao seu nível! No instante em que ela pensou isso, Mari, dançando lacucaracha aparece cantando mana mana txu txuru
.................. ¬¬(boina)
Como sempre, nada passava na cabeça de Boina... A não ser comida, Taís e desenhos... Paula, revoltada, matou reticências em série e acidentalmente (ou não!), matou também Celso, que era tão chato quanto elas. Depois, Mari, que ainda dançava foi levada a um inquérito policial junto com Marcela, que foi rapidamente dispensada por estar incomodando os detetives dizendo que sua mãe aparecera na televisão e que contaria tudo a ela. A conclusão do inquérito, foi que ambas não tinhham capacidade mental para serem cúmplices. Mas que uma delas (Mari) deveria se formar em geografia e ser companheira de Celso... Até que os imbecis se lembraram que ele tinha morrido.
Enfim... com a qualidade da polícia brasileira, Boina que comia bolacha na padaria, foi incrimidado e preso. Policial: "Ponha o biscoito no chão e mantenha as mãos aonde eu possa ver!". Boina: "É BOLACHA! Biscoito não! Biscoito lembra bolacha de aveia!". Taís, ao saber disso,passou a chamá-lo de psicopata, por ter assassinado Celso e de traidor, por ter assassinado o português("biscoito lembra bolacha") da padaria, que morreu de susto quando ele tirou a boina e revelou sua brilhante careca.
Por falar em careca, nesse meio tempo, Paula havia fugido para Cuba, onde, através de um anúncio numa página de encontros, ela contatou um belo homem sem cabelo, casando-se com ele e vivendo ranzinza para sempre!
Bééé. O sinal toca e Paula acorda.
Fim.

*anúcio: 'Paula,16 anos. Estudante, solteira. Olhos e cabelo claros. Procura alguém mais velho. Gosta de homens carecas, de nariz protuberante, que possam acompanhar seu humor ranzinza e tenham um bom "BLÁ, BLÁ, BLÁ".Em caso de interesse, favor entrar em contato pelo orkut.'*

Momento nostalgia mode on... É... Esse foi meu segundo ano... s2

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Tecla sap

Aperte o pause, por favor?
Apenas páre essa vida.
Ou acelere, sei lá.
Só não dá pra ficar assim.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Sapato

- Érica... Essa aula ta inútil, eu terminei português e não to na vibe de fazer história... Fala uma palavra?
- Pudim
- Mas essa foi ontem
- Maçã
- Você só pensa em comida?
- Ta bom... Sapato
- ...
- Roupa... Futilidade mode on!
- Serve sapato vai...

Nhec
Nhec
Nhec
Nhec
Parou de andar.
O "nhec" parou também.
Devagar deu mais um passo. Apenas mais um pequenino e longo nheeec.
Nhec
Nhec
Nhec
Passos...
Eu os passo. Quero ficar parada só uma vez na minha vida! Cansei de passos sem destino... Quero pelo menos voar como as aves... Ter uma boa visão do que acontece no mundo...
Chega desse sapato velho.
O atirou no lixo e houve um suspiro de morte: nhec

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Doçura

O pudim estava pronto.
Foi servido logo depois do jantar.
Todos olharam para a desforme sobremesa e recusaram educadamente.
Com dificuldade o doce se mantinha em pé. Qualquer esbarrão na mesa o derrubaria.
A criança que corria lá perto bateu na mesa e o derrubou. A sujeira feita foi enorme.
Tão grande que ninguém conseguiu tirar a mancha. Nem da toalha e nem da mesa.
A marca foi profunda e não há o que possamos fazer.